Copa faz papelarias adiantarem vendas de material escolar; Procon dá dicas
Papelarias têm se adiantado na preparação para o período de compra de materiais escolares. Com o anúncio de que escolas e faculdades particulares iniciariam as aulas já no fim de janeiro devido ao recesso da Copa, em junho, as lojas reforçaram o estoque mais cedo, com a expectativa de que os pais iriam às compras no início do mês.
Na papelaria Lepok (zona sul), no último sábado o fluxo de pessoas já foi maior do que o normal nesta época do ano. Segundo a papelaria, as próprias escolas estão antecipando as listas devido a mudança no calendário.
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Na papelaria Real (zona sul), o movimento já foi maior em dezembro, devido a antecipação da lista pelas escolas, segundo o gerente Felipe Sala. "Para a gente é até bom, porque divide o fluxo", afirma. Mesmo assim, ele acredita que a maioria dos pais deixará para as últimas duas semanas para comprar material.
Denis Borges, administrador da rede de papelarias Universitária, afirma que eles se prepararam para receber o público mais cedo devido a alteração, mas a expectativa não se confirmou. Na papelaria Japuíba (zona norte), o processo foi semelhante. Segundo Mário Siotani, o aumento do fluxo devido ao novo calendário foi muito sutil. "Os pais vão deixar para a última hora", diz ele. "Foi um pouco melhor que no passado, mas nada excepcional", diz.
O Procon-SP (órgão de defesa do consumidor) divulgou alguns cuidados para esse período.
São eles:
- Reaproveitar material do ano anterior
- Pesquisar e guardar material publicitário; a propaganda deve ser cumprida pelo lojista
- Algumas lojas dão descontos em compras em larga escala; nesses casos, vale a pena reunir um grupo grande de compradores
- Material com marcas e personagens podem ser mais caros devido a licença para utilizá-los paga pelos fabricantes
- Colas, tintas, pincéis atômicos, fitas adesivas etc. devem ter explicitado em sua embalagem informações sobre data de validade e componentes
- A escola não pode exigir que os pais comprem o material no próprio estabelecimento, determinar marcas e locais de compra ou cobrar taxa de material sem dar a opção ao pai comprar material próprio. Também não pode cobrar por materiais de uso coletivo (como produtos de limpeza e higiene)
- A exigência de compra em local específico só pode ocorrer no caso de apostilas
- Exija a nota fiscal e confira todos os itens
- Ao comprar em camelôs informais, a pessoa não poderá exigir troca pois não há emissão de nota fiscal
- Somente se a escola possuir uma marca devidamente registrada poderá estabelecer que a compra seja feita na própria escola e/ou em outros estabelecimentos predeterminados.
A calculadora abaixo ajuda a definir a partir de quanto um desconto compensa o pagamento à vista.
Rubens Fernando Alencar/Editoria de Arte/Folhapress | ||
CARGA TRIBUTÁRIA
Uma das queixas dos pais nesse início de ano é o aumento do preço dos materiais escolares. Segundo Rubens Passos, presidente da ABFIAE (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares), a carga tributária que incide sobre esses artigos tem boa parcela de culpa nesse encarecimento.
O artigo com maior incidência de imposto é a caneta, com 47,49%. Isso significa que quase metade do preço do artigo é resultado de tributos. Livros têm a menor incidência, com 15,52%.
Segundo a associação, um projeto de lei que já tramita há quatro anos encontra-se em discussão na comissão de finanças e tributação da Câmara dos Deputados.
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