Saiba investir em cenário de inflação em alta
O índice que mede a inflação oficial no Brasil (o IPCA) avançou 5,91% em 2013, e especialistas mantêm a expectativa de que o Banco Central dará continuidade ao processo de alta dos juros, iniciado em abril, com o objetivo de conter os preços no longo prazo.
Com os juros em alta, as aplicações em renda fixa –como o Tesouro Direto, por exemplo, que tem papéis que remuneram levando em conta a Selic– ficam mais atraentes.
Ao vivo: acompanhe os destaques do mercado e análises de especialistas
Folha responde as dúvidas de leitores sobre investimento; envie a sua
A Selic maior deixa o cenário propício para que o investidor troque os papéis prefixados por pós-fixados. Os títulos prefixados, como as LTNs (Letras do Tesouro Nacional), têm uma rentabilidade predeterminada. Ou seja, quem aplica já sabe quanto receberá no vencimento do contrato.
Nos pós-fixados, como as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional da Série B), a remuneração não é definida de antemão, mas é possível saber o ganho real (acima da inflação) ao final do período já que o papel está atrelado ao IPCA (indicador oficial da inflação no Brasil).
Para o planejador financeiro Valdir Carlos Jr., as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) são boa opção de pós-fixados, pois o rendimento é atrelado à própria Selic.
"Isso já garante um juro real interessante, além de ser um título conservador. As LFTs têm liquidez semanal, baixa volatilidade e rende mais do que a poupança ou alguns fundos de renda fixa no mercado", diz.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Por outro lado, o aperto no crédito freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo na Bolsa.
Mesmo assim, especialistas lembram que também há boas oportunidades no mercado de ações, mas é preciso garimpar as melhores opções.
"Os projetos de infraestrutura, por exemplo, estão sendo acelerados para a Copa do Mundo e a Olimpíada. As empresas de infraestrutura, então, aparecem como boa alternativa. Muitas concessões de rodovias, por exemplo, estão sendo realizadas. E são projetos que duram 30 anos. É bastante tempo", diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.
"Outro setor que apresentou desempenho bom nos últimos anos, a despeito da economia mais enfraquecida, foi educação. O governo tem estimulado o crescimento desse setor, com programas de acesso das camadas mais humildes da sociedade às universidades. Isso tem ajudado a sustentar os lucros dos grandes grupos educacionais do país", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
Em 2013, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu 15,5%. As ações da Estácio e da Anhanguera (ambas do setor de educação), por exemplo, acumularam ganhos de 47,6% e 29,3%, respectivamente, no mesmo período.
"É importante lembrar o investidor que, antes de comprar qualquer ação, deve-se avaliar os fundamentos de cada empresa, o cenário para o setor que ela está inserida e as perspectivas de especialistas sobre ela. É recomendável que se peça ajuda às corretoras ou bancos para isso", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.
Os juros ainda devem subir um pouco mais porque "a alta da Selic é uma medida que começa a fazer efeito em cinco ou seis meses, pelo menos", diz Paulo Gala, economista da Fator Corretora.
Após seis altas seguidas, a Selic está em 10% ao ano, e as apostas são de novo aumento na semana que vem. Parte do mercado vê uma nova elevação de 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano, enquanto outra parcela aposta num aumento mais modesto, de 0,25 ponto percentual, levando a Selic a 10,25% ao ano.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 03/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +1,09% | 128.509 | (17h31) |
Dolar Com. | -0,83% | R$ 5,0697 | (17h00) |
Euro | -0,42% | R$ 5,4569 | (17h31) |