Clima seco eleva preços de alimentos em janeiro e deve pressionar inflação
Apesar da freada da inflação em janeiro, os alimentos praticamente não mostraram desaceleração e são um foco de novos possíveis aumentos diante do clima seco e quente ao menos nas duas próximas semanas.
Já em janeiro, esse cenário que perdura nos mais importantes centros consumidores, como Rio e São Paulo, levou a fortes altas de produtos como cenoura (20,72%), cebola (16,11%), hortaliça e verdura (6,01%).
Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, o clima pressionou os alimentos, inclusive as carnes e criou uma "entressafra" atípica para os bovinos.
Com a estiagem, o pasto secou e o gado também come menos com o calor em excessivo. Resultado: alta de 3,07% das carnes, item de maior peso no grupo alimentação –cuja alta de janeiro de 0,84% quase igualou o 0,89% de dezembro.
O dólar mais alto também puxou os preços das rações animais –outro foco de pressão para as carnes– e de produtos cotados na moeda americana, como trigo e milho.
Nessa esteira do câmbio, subiram itens como pão francês (1,01%), biscoito (1,15%) e ovos (1,60%).
Principal responsável pelo recuo do IPCA em janeiro –0,55, contra 0,92%–o grupo transportes pode vir pressionado pelos novos aumentos do etanol diante da entressafra da cana e do reajuste de passagens de ônibus em algumas capitais, como o Rio, que já reajustou a tarifa.
Outro grupo que tende a acelerar é o de educação, pois os aumentos das mensalidades escolares se concentram em fevereiro.
O grupo teve alta de 0,57% em janeiro devido ao aumento dos colégios em Porto Alegre, onde as escolas se antecipam e corrigem as mensalidades em dezembro.
PROJEÇÕES
A Rosenberg & Associados diz que a mensalidades escolares tendem a subir mais neste ano, puxando para cima a taxa de fevereiro. Outro "vetor de aceleração", diz, são os possíveis aumentos sazonais das passagens aéreas (devido ao Carnaval) e o reajuste, já anunciado, dos ônibus urbanos no Rio.
A consultoria, que não fechou uma projeção ainda, afirma que "o clima mais seco e atípico" começa a influenciar hortaliças e legumes –tendência que pode se intensificar neste mês.
Já a LCA vê um aumento mais moderado de alimentação, em razão da queda de importante produtos no atacado, e de transportes, o que deve "mitigar" a pressão do grupo educação, com alta dos colégios.
Ainda assim, a consultoria estima um IPCA um pouco mais alto em fevereiro, na faixa de 0,60%. A taxa de 0,55% em janeiro ficou abaixo das previsões da LCA (0,60%) e da Rosenberg (0,63%).
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