Peugeot suspende 650 trabalhadores da fábrica de Resende (RJ)
A Peugeot decidiu suspender o contrato de 650 trabalhadores da fábrica de Resende (RJ) devido a desaceleração do mercado nacional, barreiras impostas pela Argentina aos importados e impacto cambial nos resultados no Brasil.
A unidade tem, ao todo, 4.300 trabalhadores e produz sete modelos, além de motores para a exportação.
Os funcionários da Peugeot ficarão suspensos por até cinco meses, período em que frequentarão cursos de qualificação pagos pela empresa. A companhia continuará a pagar os salários e benefícios durante o afastamento.
A produção dos modelos será reduzida em 27,5% – com um turno a menos de trabalho–, para 450 veículos por dia.
A decisão da marca segue acordo fechado pela Volkswagen nesta semana para afastar temporariamente 300 trabalhadores em resposta à redução nas atividades da fábrica no Paraná.
A fabricante alemã também vai aproveitar o Carnaval para fazer uma parada mais longa, de dez dias, na unidade do ABC. Na região, a Scania vai fazer oito interrupções na produção em março.
DESEMPENHO DO SETOR
O Brasil registrou no ano passado a primeira queda nas vendas em dez anos. A desaceleração foi parcialmente compensada pela melhora das exportações para a Argentina.
A previsão para este ano é de uma leve alta nas vendas, de 1%, e um crescimento modesto nos volumes enviados ao exterior, diante das barreiras impostas pelo país vizinho, principal comprador da produção nacional.
Além do mercado desafiador, a Peugeot atribui a decisão ao impacto cambial nos resultados da filial brasileira. A desvalorização do real reduz as receitas em euros apuradas com as vendas no Brasil e eleva os custos de componentes importados e matérias-primas.
Em apresentação de resultados nesta quarta-feira, a PSA (aliança Peugeot-Citroen) afirmou que a variação da moeda brasileira, ao lado da argentina e da russa, teve um peso negativo de 526 milhões de euros nos dados financeiros de 2013. O grupo encerrou o ano com prejuízo de cerca de 1 bilhão de euros na divisão automotiva.
"No Brasil, a demanda caiu pela primeira vez em dez anos, em 1,5%, enquanto o impacto do real foi extremamente danoso aos resultados do grupo", afirmou o comunicado da marca.
No texto, a empresa coloca a América Latina como uma das regiões que terão de melhorar o desempenho, otimizando custos e aumentando a integração regional para diminuir a exposição do câmbio.
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