Bradesco vê dólar a R$ 2,40 neste ano
É a confiança, e não os fundamentos econômicos, o que influencia a cotação do dólar no Brasil. A avaliação é do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, para quem a moeda pode fechar o ano em R$ 2,40 em 2014.
A projeção é mais otimista do que a da maioria dos analistas, que preveem o dólar em R$ 2,50, ou acima disso, ao fim deste ano.
Na visão do economista, a confiança de investidores com a economia brasileira deve se restabelecer ao longo do ano, o que deve permitir a volta voluntária de fluxos de recursos para o Brasil. Isso teria poder de esfriar a alta do dólar.
"Se o Brasil não for rebaixado [na nota de crédito, pelas agências de risco], e o governo conseguir responder a alguns problemas, o câmbio pode ficar em R$ 2,40 no fim do ano", disse.
O dólar está subindo na esteira da recuperação dos EUA e a progressiva migração de capitais para a maior economia do mundo.
Barros argumenta que este é um cenário positivo para as exportações, embora a demanda global ainda permaneça acanhada devido à atividade ainda fraca nos países desenvolvidos.
Nos últimos dois anos, salienta ele, a desvalorização do real frente ao dólar chegou a 30%, o que ele considera um impulso relevante para as exportações do Brasil.
O impacto nas vendas externas, e também na moderação das importações, contudo, só começará a aparecer nas estatísticas ao longo deste ano, ou em 2015, prevê. Ainda assim, sua projeção contempla o mais baixo saldo comercial desde 2006 neste ano, ao redor de US$ 4 bilhões.
Na sua avaliação, porém, o deficit na conta externa, que chegou a 3,7% do PIB, é "um período datado" e, por isso, temporário. Pois está focado no deficit de combustíveis.
O deficit da conta de combustíveis deve recuar de US$ 26 bilhões em 2013 para US$ 17 bilhões neste ano, segundo as projeções do Bradesco.
Parte desses gastos é com combustíveis para suprir as usinas termelétricas, acionadas devido à seca. Outra parte se deve ao aumento do consumo da gasolina, cujo preço está sendo mantido artificialmente mais baixo pelo governo no Brasil, em um momento de menor produção da Petrobras.
Barros participou de evento organizado pela revista Carta Capital, em São Paulo.
INEFICIÊNCIA NA AGROENERGIA
Outro palestrante, o ex-ministro Roberto Rodrigues, foi mais duro com o governo sobre o deficit neste setor. Segundo ele, o resultado demonstra a ineficiência do governo na área.
"Estamos diante de uma possível falta de energia neste ano", disse ele. "A falta de política pública está matando simultaneamente a Petrobras e o setor de agroenergia".
Na sua visão, o setor agroenergético (produção de eletricidade principalmente a partir da queima da palha da cana) poderia ter ajudado o governo nessa crise de energia, mas faltou apoio estatal. Segundo ele, o setor responde por 15% da matriz energética brasileira.
O setor sucroalcooleiro sofre com a concorrência da gasolina (mais vantajosa) e inibe investimentos no setor.
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