Estúdios de Hollywood querem acordo de streaming com a China para combater pirataria
Os maiores estúdios de cinema de Hollywood estão trabalhando com o Tencent, um dos maiores grupos chineses de Internet, em um serviço de streaming de vídeo em estilo Netflix com o objetivo de derrotar a pirataria e distribuir filmes novos a lares de toda a China apenas duas semanas depois de seu lançamento no cinema dos Estados Unidos.
A Warner Brothers tem participação minoritária no serviço Hollywood VIP, da Tencent, que transmite em formato stream filmes mais antigos de diversos estúdios, para assinantes, mas também oferece títulos mais novos para locação online por preços a partir de US$ 1.
O mais recente sucesso da Warner, "300: Rise of an Empire", está entre os títulos disponíveis para locação. O filme ainda está em cartaz nos cinemas dos Estados Unidos e outros mercados.
Avaliado em US$ 130 bilhões, o Tencent tem o quarto valor mais alto entre os grupos de Internet de capital aberto no planeta, atrás de Google, Facebook e Amazon, e opera uma vasta plataforma de mídia social, comércio eletrônico e jogos, usada por mais de 500 milhões de pessoas ao mês. Mais de 100 milhões de pessoas pagam para jogar seus jogos de mídia social ou usam o WeApp, seu aplicativo de mensagens para aparelhos móveis.
O Hollywood VIP, lançado discretamente no final de 2012, atraiu "algumas centenas de milhares de assinantes", de acordo com a Tencent e a Warner Bros. Mas essa é a primeira vez que o serviço passará a oferecer filmes novos.
O Hollywood VIP tem centenas de títulos, com um catálogo que combina produções chinesas e de Hollywood. A Disney recentemente começou a licenciar seus filmes para o serviço, juntando-se à Universal Pictures, Miramax e Lions Gate Entertainment.
O objetivo é transformar um mercado no qual a pirataria digital é forte ao oferecer aos consumidores uma maneira legítima de assistir a filmes novos, disse Ron Sanders, presidente mundial de distribuição de entretenimento doméstico da Warner Bros.
Hollywood vem fracassando constantemente em superar os problemas de roubo de propriedade intelectual na China, e deixa de faturar centenas de milhões em vendas devido à pirataria de filmes novos vendidos online ou em DVDs.
"Como podemos nos declarar honestamente frustrados por a China não comprar nosso conteúdo se não o oferecemos em um momento apropriado ao mercado local de consumo?", disse Sanders. "Temos muito a avançar, mas esse novo modelo pode se aplicar a outros mercados".
A Tencent está usando suas outras operações digitais a fim de promover o Hollywood VIP: os usuários do WeApp poderão compartilhar filmes com seus contatos usando o app de mensagens, por exemplo.
"No mundo ocidental, os filmes passam por um processo de distribuição muito claro; saem primeiro nos cinemas, e depois meses mais tarde chegam aos DVDs, e só depois aos serviços de distribuição online", disse James Mitchell, vice-presidente de estratégia da Tencent.
"Na China, isso não se desenvolveu, de modo que calculamos que havia uma oportunidade de levar os filmes ao público de modo mais oportuno", acrescentou.
A Netflix, que opera nos Estados Unidos, Europa e América Latina, está perto de atingir os 50 milhões de assinantes, mas não se sabe ainda que dimensões um serviço de streaming poderia atingir na China.
"Na China, historicamente não houve o treinamento para pagar por entretenimento caseiro da mesma forma que nos Estados Unidos", disse Mitchell. "O que queremos conquistar é pessoas que não pagavam para assistir filmes, e elas se beneficiam de uma melhor experiência".
Os Estados Unidos têm um mercado mais maduro de vídeo em formato stream, com a Netflix e a Amazon disputando a supremacia nas salas de estar. A Amazon na semana passada fechou acordo com a HBO, uma unidade da Time Warner, para obter acesso a algumas das séries mais populares do canal de TV paga, como "Família Soprano" e "A Escuta".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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