Lobão diz que economiza energia, mas não pedirá o mesmo ao consumidor
O ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão, aproveitou reunião com empresários para reiterar que não incentivará a redução do consumo de energia, mas a conta a ser paga será cara.
"Eu aplaudirei o cidadão que economizar por conta própria. Eu faço a minha economia. Porém, não iremos propor isso até que o comitê ache necessário", disse Lobão.
O comitê de monitoramento, citado por Lobão, reúne, além do ministério, todos os órgãos federais relacionados ao sistema elétrico, como Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ONS (Operador Nacional do Sistema), EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Representantes de todos os órgãos estiveram presentes na reunião, organizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para convencer o empresariado de que não há risco de desabastecimento.
"Enquanto os 'especialistas' preveem o caos, nossos técnicos dizem exatamente o contrário", comentou Lobão.
O governo, no entanto, admite que não possui controle sobre os preços praticados no mercado à vista, também chamado de "spot". Os valores são calculados a partir da expectativa de chuvas. Como o ano apresenta uma hidrologia atípica, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) chegou ao teto de R$ 822,83.
Segundo Márcio Zimmermann, secretário-executivo do MME, isso é resultado do modelo energético brasileiro, e o governo não tem influência sobre os preços. "Se tivéssemos um modelo térmico, era só calcular o preço do insumo. Mas como o nosso é hidrotérmico, precisamos fazer um cálculo sobre o preço da água, que é medido pela expectativa de chuvas", afirma.
De acordo com Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel, os preços no mercado spot devem começar a cair já no próximo mês, para pouco mais de R$ 700, até chegar em R$ 350 em abril de 2015.
O valor do PLD, que tem impacto direto nas finanças das distribuidoras, é a maior preocupação do governo. Em abril, foi disponibilizado às empresas um empréstimo de R$ 11,2 bilhões para cobrir o rombo das empresas, que deixaram de receber cerca de 3.500 megawatts após contratos com geradores se encerrarem em 2013.
Esse volume de energia que ficou descontratada foi chamada "exposição involuntária", pois as empresas não conseguiram repor o fornecimento com os leilões organizados pelo governo.
Entre fevereiro e março, as distribuidoras já consumiram R$ 8,8 bilhões do financiamento. Agentes do setor dizem que o restante, de R$ 2,4 bilhões, não será suficiente para cobrir o rombo de abril. "Boa parte da exposição foi resolvida com o leilão (do dia 30 de abril). Se o leilão e o empréstimo não forem suficientes, talvez o financiamento seja ampliado", afirmou Rufino.
Alan Marques/Folha | ||
O ministro Edison Lobão |
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