'The New York Times' anuncia novo editor-executivo
O jornal "The New York Times" anunciou nesta quarta-feira (14) seu novo editor-executivo, Dean Baquet, 57.
Ele substitui Jill Abramson, 60, a primeira mulher no cargo, que ocupou o posto por apenas dois anos e meio.
Nascido em New Orleans, Baquet é o primeiro negro a ocupar o cargo. Ele era secretário de Redação do jornal e antes foi chefe do escritório de Washington e ganhou um prêmio Pulitzer, o maior do jornalismo americano, por uma série de reportagens sobre corrupção em Chicago.
Segundo o site Politico, ao anunciar a saída de Abramson, o publisher Arthur Sulzberger Jr., filho do maior acionista do jornal, disse que a mudança está relacionada a "um problema com a gestão na Redação".
Sulzberger Jr. disse que a alteração não tem a ver com a qualidade do jornalismo feito durante o mandato de Abramson.
"Escolhi indicar um novo líder para nossa Redação porque acredito que a nova liderança vai melhorar alguns aspectos da gestão da redação", disse.
"Não se trata de qualquer desacordo entre a Redação e o lado dos negócios."
As ações da empresa que publica o jornal caíram 5% na Bolsa de Nova York após o anúncio.
Fred R. Conrad/The New York Times/AFP | ||
O novo editor-executivo do "New York Times", Dean Baquet (esq.), a última ocupante do posto, Jill Abramson, e Bill Keller, que precedeu Abramson, em foto de 2011 |
INOVAÇÃO
Boatos apontam problemas administrativos e uma má relação com o novo presidente da empresa, o britânico Mark Thompson, que veio da BBC e assumiu o posto no ano passado.
Na semana passada, o jornal havia enviado a todos seus jornalistas um relatório sobre inovação, feito por uma força-tarefa liderada por Arthur Sulzberger Jr.
O relatório diz que o "New York Times" vai desenvolver times de análise e estratégia e que departamentos focados no leitor têm que estar mais próximos do setor de negócios do jornal.
O destaque do memorando é o da formação de audiência. Se antes, todo o trabalho era distribuir o jornal e ter certeza que ele chegasse à porta dos leitores (com todo o esforço do processo), hoje o jornal precisa "buscar" a audiência mais fragmentada, especialmente em celulares e tablets.
Entre as prioridades indicadas no estudo, estão promover as reportagens nas redes sociais, "reembalar" conteúdos para novas plataformas, saber otimizar reportagens para os mecanismos de busca e personalizar o conteúdo para o leitor –"que deveria receber aquele especial de Turismo em Roma assim que desembarca na Itália", exemplifica o texto.
Um livro recém-lançado também explora as transformações que o jornal passa na transição para uma plataforma digital.
LIVRO
Em "Making news at The New York Times" [Fazer notícia no New York Times], a professora de Comunicação Nikki Usher relata os quatro meses em que ficou dentro da Redação do jornal, acompanhando a produção das versões on-line e impressa.
Das enormes reuniões para se decidir a primeira página do mais tradicional diário americano ao trabalho solitário de um punhado de editores que atualizam minuto a minuto o site do "New York Times", Usher
descobriu a mudança na hierarquia noticiosa e dos "fechamentos e atualizações permanentes".
Ela viu como um editor do site, lido por milhões de pessoas em todo o mundo, publica reportagens de diferentes assuntos e seções sem nenhuma supervisão editorial além de seu próprio julgamento e olfato, com uma mentalidade de "publicar primeiro".
"Um único editor escrevia as manchetes e os textos que acompanhavam esses assuntos –sem a companhia sequer de um revisor", escreve.
"A cada dez minutos, um novo texto de algum blog aparece no site, reportagens mudam de lugar no site a cada 20 ou 30 minutos, e novas notícias são postadas tão logo chegam –em uma Redação de 1.100 jornalistas, o problema não era a rotatividade.
Para ela, a Redação precisou se habituar a leitores que esperam sempre uma página "nova" na internet e de mudança contínua de assuntos para que esse leitor retorne ao site.
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