Faturamento dos serviços desacelera e cresce 6,8% em março, diz IBGE
O faturamento do setor de serviços, o de maior peso no PIB do país, cresceu 6,8% em março frente ao mesmo mês de 2013, num ritmo menos acelerado que a taxa registrada em fevereiro - 10,1% (dado revisado para baixo em 0,2 ponto percentual na informação original apresentada no mês passado. Os resultados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (20).
Com o desempenho de março, a receita das empresas do setor subiu 8,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Já no primeiro trimestre, a taxa também ficou positiva em 8,7%.
Todos os dados divulgados pelo IBGE, porém, apontam a chamada a receita nominal do setor, sem descontar a evolução da inflação no período. Desse modo, não é possível mensurar o real crescimento das atividades que integram o setor.
A alegação é que a pesquisa é recente e não é possível ainda fazer esse cálculo. Também por esse motivo não há comparação com o mês imediatamente anterior por meio do processo de ajuste sazonal (que elimina as oscilações típicas de cada período do ano), indicador presente nas pesquisas mais antigas do IBGE como comércio e indústria.
Para economistas, o forte desempenho do setor de serviços apontado pela pesquisa é mascarado pela inflação elevada dos itens que integram os serviços. Nos últimos meses, a inflação dos serviços tem girado em torno de 8% no acumulado em 12 meses pelo IPCA –embora muitos itens pesquisados não entram no índice como transporte de cargas e outros.
Apesar disso, o setor ainda apresenta pequeno crescimento, mesmo descontando a inflação, diante do maior consumo de serviços graças ao avanço da renda nos últimos anos, a falta de concorrência externa (já que a importação praticamente inexiste no setor), a taxa de desemprego ainda em patamar baixo e o lançamento de diversos novos serviços em áreas como tecnologia de informação e outras.
Zé Carlos Barretta - 9.mai.2014/Folhapress | ||
Dados do IBGE apontam que serviços prestados às famílias, como alimentação, expandiram 10% |
SEGMENTOS
Pelos dados do IBGE, a maior alta em março ficou com os segmentos de serviços prestados às famílias (alimentação, hospedagem, lazer e outros), com expansão de 10%. Essa atividade é que tem maior relação com a inflação medida pelo IPCA, que apura preços aos consumidores finais.
Também se destacou o transporte, com alta de 8% –em especial o aéreo, cuja expansão foi de 12,9% já está ligada à compra de passagens antecipadas para a Copa a um custo maior.
Os serviços de informação e comunicação (TV, informática, telefonia e outros) tive um resultado modesto, com alta de 4,4%. O ramo puxou o setor como um todo para baixo ao lado do segmentos de outros serviços (3,3%).
IMPACTO NO PIB
Para a LCA, a perda de ritmo de fevereiro para março na taxa comparada com iguais meses de 2013 se deve ao fato de o Carnaval ter caído em março neste ano, o que reduziu o número de dias úteis.
Apesar de o IBGE não fazer a comparação com fevereiro livre de efeitos sazonais, alguns consultorias fazem esse cálculo. A LCA estimou um recuo de 0,5% de fevereiro para março e uma perda de fôlego do setor nos três primeiros meses do ano. O setor de serviços cresceu 1,5% de janeiro a março, abaixo dos 2,8% do quarto trimestre.
Ainda sem sinalizar se irá reduzir sua projeção –como indica o menor ritmo dos serviços no primeiro trimestre–, a consultoria diz que vai atualizar a previsão para o PIB. Atualmente, prevê alta de 2% neste ano.
Para a Rosenberg & Associados, o cenário dos últimos meses é de "um setor de serviços relativamente estagnado".
"A Copa do Mundo poderá trazer algum impulso ao setor, porém ainda não deverá se constituir em grande fator impulsionador do PIB", diz a consultoria, em nota.
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