Mais unidades do IBGE aderem à greve; instituto fala em 12% de adesão
Embora mais três unidades do IBGE tenham aderido à greve de servidores iniciada na segunda (26), a direção do órgão reafirmou nesta terça (27) que o calendário de divulgações das pesquisas está mantido, inclusive a do PIB, na sexta-feira.
Segundo o IBGE, a paralisação afeta 12% dos trabalhadores em nível nacional e 42% dos servidores das unidades do Rio (cidade que concentra cerca de metade dos funcionários do órgão).
O sindicato dos servidores, que não é filiado a centrais sindicais, não tem estimativa da adesão nacional. Segundo Ana Magni, diretora do sindicato, 70% dos servidores do Rio pararam.
Uma das principais reivindicações dos grevistas é a equiparação salarial com órgãos como Ipea, cujas remunerações seriam até 96% maiores, segundo o sindicato. A direção do órgão diz que apoia o pleito, mas que o governo não tem verba para atender ao pedido.
A greve atingiu nesta terça mais três unidades do órgão, uma no Rio e as representações estaduais do Acre e Mato Grosso do Sul.
Com isso, o movimento chega a 16 dos 26 Estados, segundo o sindicato dos servidores.
O IBGE mantém o corte do ponto dos grevistas –segundo a direção, por orientação do Ministério do Planejamento.
CALENDÁRIO
Na segunda, o movimento ganhou força com a decisão da Diretoria de Pesquisas de entrar na paralisação.
Trata-se da área responsável pela coordenação, planejamento, gerência e análise dos dados de todas as pesquisas, inclusive as econômicas com divulgação mensal.
Desse modo, dependendo da adesão e do tempo de greve, há o risco de ser afetada a coleta (que é feita pelas unidades estaduais) e a divulgação das pesquisas de emprego, inflação, indústria e PIB.
O IBGE assegura que trabalhará para manter o calendário de todas as pesquisas, até com remanejamento de funcionários entre os Estados, se necessário.
PNAD CONTÍNUA
O sindicato diz que garante apenas a Pnad Contínua (com dados de mercado de trabalho em nível nacional), cuja suspensão das divulgações até 2015 provocou uma reação do corpo técnico.
Na ocasião, com a repercussão, a diretoria voltou atrás e retomou as apresentações trimestrais dos dados.
O Ministério do Planejamento diz que existem "travas legais" que impedem a equiparação dos salários, como a necessidade de cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (neste último ano de governo) e a lei eleitoral –mudanças de salários só podem ocorrer até junho.
Também não existem recursos reservados no Orçamento para a equiparação salarial, segundo o ministério.
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