Com injeção de R$ 3,5 bilhões, resto do Bamerindus será vendido
O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) vai colocar R$ 3,5 bilhões no antigo Bamerindus, que se encontra em processo de liquidação há 16 anos.
O objetivo é acabar com a liquidação e permitir a venda do que sobrou do banco ao BTG Pactual.
Essa transação está sendo preparada desde o ano passado, quando o BTG comprou uma opção para ficar com o espólio do Bamerindus por R$ 418 milhões, a serem pagos em cinco parcelas anuais.
Para que a venda possa ser sacramentada, é preciso que o Bamerindus saia do vermelho. Só depois disso o Banco Central, que acompanha o processo, poderá autorizar o negócio.
É nesse ponto que entra o FGC (entidade criada e gerida pelos bancos para dar garantias a diversos produtos financeiros).
Prevista para a semana que vem, a operação não vai envolver dinheiro novo. Maior credor do Bamerindus, o fundo vai converter as dívidas que tem a receber do banco em capital –para acertar as contas da instituição e liberá-la para a venda.
CAPITAL
A operação será formalizada por meio de um aumento de capital que será votado na quinta-feira (5), durante uma assembleia de acionistas.
Na prática, ao capitalizar o Bamerindus o FGC vai trocar créditos de R$ 3,5 bilhões, que na sua visão o banco não tem condições de pagar, pelos R$ 418 milhões do BTG.
Ao comprar o espólio do Bamerindus, o BTG está de olho principalmente numa fortuna em créditos tributários que estão parados dentro da instituição. São cerca de R$ 2 bilhões, que podem ser usados no abatimento de impostos.
O acordo prevê que a instituição do banqueiro André Esteves fique com 98% do Bamerindus.
A marca não entra, porque foi vendida ao HSBC no fim dos anos 90, junto com os principais ativos do banco –agências, carteiras de empréstimos e imóveis.
PODEROSO
Um dos maiores bancos do país até o final dos anos 90, o Bamerindus tinha mais de 3 milhões de clientes e 1.200 agências e pertencia ao empresário José Eduardo Andrade Vieira, que foi senador, ministro e um dos principais doadores de campanha do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quando a estabilidade do Plano Real derrubou os grandes ganhos que os bancos tinham na chamada ciranda financeira, o Bamerindus não conseguiu mais competir com os principais concorrentes.
Passou a perder clientes e dinheiro, até ficar sem condições de operar e ser liquidado pelo BC em 1997.
Procurados, FGC, BTG e o s administradores do Bamerindus não quiseram se pronunciar.
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Banco BTG PACTUAL/ 2013
Ativo total R$ 193,9 bilhões
Lucro R$ 2,7 bilhões
Funcionários 2.877
Principais Concorrentes Itaú BBA, Bradesco BBI e Credit Suisse
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Atualizado em 26/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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