Companhias aéreas preveem passagens mais baratas neste ano
Passagens mais baratas, mais passageiros embarcando, mas lucros mais baixos são as previsões do setor de aviação para este ano.
Descontada a inflação, a estimativa é que as viagens fiquem, na média, 3,5% mais baratas no mundo, segundo a Iata (associação internacional das empresas aéreas).
A expectativa é de que 3,3 bilhões de pessoas embarquem em um avião este ano, um crescimento de 5,7%.
Com a expectativa de crescimento da economia mundial de 2,8%, a receita das companhias aéreas deve subir 5,9% na receita por passageiro por quilômetro voado, o melhor desde 2011.
Editoria de Arte/Folhapress |
Mas a margem de lucro não deve passar de 2,4%, totalizando US$ 18 bilhões.
"O faturamento das empresas equivale a 1% do PIB global, mas há um descasamento entre o valor que a indústria gera para a economia e o retorno gerado para quem arrisca seu capital para financiar a indústria", afirmou o presidente da Iata, Tony Tyler, durante encontro anual da entidade em Doha, Qatar.
LUCROS EM BAIXA
A previsão de US$ 18 bilhões de lucro, anunciada nesta segunda (2), representa uma revisão para baixo de US$ 700 milhões na comparação com a previsão divulgada há três meses.
A queda na previsão para o resultado se explica por uma redução no comércio internacional, que afeta o mercado de carga. "Está havendo um descolamento do comércio entre países e a produção industrial doméstica", diz Brian Pearce, economista-chefe da Iata.
Nos últimos 14 anos, em metade o setor operou com prejuízo. E a maior margem nos sete anos de bonança foi 3,1%, em 2010. Considerando os últimos 20 anos, a margem média do setor foi zero.
O lucro dos últimos anos se explica pelo aumento da taxa de ocupação de assentos nos voos e também pelo aumento da eficiência dos aviões. Com a forte concorrência, o aumento de eficiência foi também repassado para as tarifas, que caíram.
A tarifa média deverá cair para US$ 231, ante R$ 239 no ano anterior. Em 2012, a tarifa média ficou em US$ 256.
BRASIL
No Brasil, o desempenho das companhias tem ficado abaixo da média global, agravado pelo real fraco e também pelo baixo crescimento econômico. De 2011 a 2013, TAM e Gol perderam juntas mais de R$ 7 bilhões.
Para este ano, as margens devem continuar pressionadas por causa da Copa. O movimento de turistas no mundial não será suficiente para compensar as perdas com a queda nas viagens de brasileiros para o exterior e também a queda das viagens a negócios.
A repórter MARIANA BARBOSA viajou a convite da Iata
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