China dificulta diversificação das exportações brasileiras, diz Banco Mundial
A política de tarifas comerciais praticada pela China dificulta a diversificação das exportações brasileiras para o país, segundo relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira (14).
Desde 2009, quando ultrapassou os Estados Unidos e a Argentina, a China é o principal comprador de mercadorias produzidas no país.
No ano passado, correspondeu a quase 20% das exportações brasileiras. A maior parte das compras chinesas, no entanto, é das chamadas commodities, produtos básicos como soja, minério e petróleo.
Segundo o Banco Mundial, isso ocorre, em parte, devido às barreiras impostas pelos chineses para a entrada de produtos mais elaborados.
A China aplica, por exemplo, uma tarifa baixa ao açúcar em bruto, mas impõe uma alíquota de quase 50% para a entrada de açúcar refinado. O gado tem tarifas de 5%, mas para o bife desossado, fresco ou congelado cobra-se 12% e, para as carcaças, 18%.
O efeito desta política, afirma a entidade, é que o Brasil exporta minério de ferro, "mas luta para exportar aço", vende muita soja, mas exporta óleo de soja em "volume muito menor".
A entidade nota que o perfil das vendas do Brasil para a China contrasta "fortemente" com o das exportações para outros países do mundo.
No caso de Estados Unidos, Holanda, Japão e Itália há presença significava de alimentos processados, o que não ocorre na pauta exportadora do país para a China.
O relatório do Banco Mundial observa, contudo, que o Brasil adota uma política similar, impondo tarifas mais altas nos produtos que a China tem vantagem. E afirma que essa proteção dada aos bens industrializados não impediu a China de exportar "uma quantidade significativa de produtos manufaturados para o Brasil".
"Existem de ambas as partes barreiras. As barreiras não tarifárias são bastante altas, como conteúdo local e outras.
O ambiente de política comercial não é favorável a maior integração comercial entre os dois países", diz Jorge Araújo, assessor de assuntos econômicos do Banco Mundial para o Brasil.
Além disso, no saldo total, a China vem reduzindo as tarifas em ritmo maior que o Brasil.
Entre 1990 e 2011, baixou em 34 pontos percentuais a alíquota de importação média, enquanto o Brasil em apenas 20 pontos percentuais desde 1992.
AVANÇO CHINÊS
O documento também mostra que a China está surgindo como concorrente importante nos principais mercados das exportações brasileiras.
Segundo o estudo, o país asiático ganhou mercado nos Estados Unidos, no Mercosul e na Europa entre 2000 e 2011 em todas as categoria de exportação.
De acordo com o Banco Mundial, o tamanho do mercado que a China conseguiu penetrar é "impressionante".
Alguns mercados do Mercosul estão se tornando dominados por produtos chineses, como têxteis, vestuário e calçados, indica o documento.
Na região, mais de 45% dos produtos exportados pelo Brasil sofrem concorrência dos chineses.
"De uma forma geral, mesmo nos setores onde o Brasil expandiu a sua participação de mercado, a China conseguiu aumentar a sua participação mais ainda, em especial no Mercosul e nos Estados Unidos", diz o estudo.
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