Telco oficializa saída de acionistas, diz Anatel
O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende, disse nesta terça-feira (15) que a Telco, maior acionista da Telecom Itália, já encaminhou uma carta à agência reguladora oficializando a saída de parte de seus acionistas.
No fim de junho, o conselho de administração da Telco anunciou que iria dissolver a empresa. A Telco era formada pela espanhola Telefónica e pelas italianas Generali, Mediobanca e Intesa.
"Protocolaram [na Anatel] a saída de dois acionistas", disse João Rezende sem citar os nomes das empresas. "Já recebi uma carta. Temos de dar anuência para isso", completou.
Segundo ele, a Telefónica ainda não comunicou sua saída da Telco, mas assim que o fizer, também terá de comunicar à reguladora e aguardar anuência.
A Telefónica é dona da Vivo, líder em telefonia no Brasil. Além disso, ela também possui uma participação na Telecom Italia, que é a dona da vice-líder TIM.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico) não aceita que o grupo tenha, ao mesmo tempo, participação relevante nas duas empresas –por isso as empresas tentam agora resolver o impasse.
O fim da Telco facilita a saída da Telefónica da operadora italiana, porque é mais fácil vender os papéis da Telecom Italia do que os da própria Telco, que atrai pouco interesse no mercado.
João Rezende não citou prazos para avaliação da Anatel sobre o caso.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
ENTENDA O CASO
No ano passado, a operadora espanhola aumentou sua participação na Telco de 46% para 66% e, por tabela, seu poder sobre a TIM (que foi de 7% a 10%, indiretamente). Como consequência: o Cade desaprovou o negócio, determinando que fosse desfeito até junho de 2015.
Para o órgão, a Telefónica não pode ter o controle da Vivo e aumentar sua participação (ainda que indireta) na TIM, a segunda maior.
Os sócios da Telco sabem que não há como pedir anuência do Cade para o fim da empresa sem atender ao pedido anterior do órgão.
Eles acreditam que o Cade poderá impor a venda das ações da Telefónica na Telecom Italia. Não seria preciso vender a totalidade das ações, mas somente a quantidade correspondente aos 20% das ações da Telco adquiridas pela Telefónica no ano passado.
Esse dinheiro poderia ser usado na consolidação dos negócios da Telefónica na Alemanha.
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