Tyson vende unidades à JBS e deixa o Brasil
Maior processadora de carnes dos Estados Unidos, a Tyson Foods vai deixar o Brasil e concentrar esforços no mercado americano.
A saída é resultado de negócio feito na segunda (28), em que a brasileira JBS comprou seis unidades de frango da Tyson no Brasil e no México por US$ 575 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão), a serem pagos em dinheiro.
Com a compra, a JBS, líder mundial no setor, ampliou sua presença no mercado nacional de aves, no qual ainda ocupa a segunda posição, atrás da BRF. A empresa estima elevar sua receita anual em US$ 1 bilhão.
No início deste mês, a companhia americana venceu uma disputa com a brasileira para a compra da Hillshire, dona de algumas das marcas de embutidos e alimentos congelados mais populares nos EUA.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O negócio foi fechado por US$ 8,7 bilhões, incluindo as dívidas da Hillshire. O porte da operação levou a Tyson a buscar recursos para o pagamento e a rever prioridades.
"No curto prazo, vamos usar os recursos da venda para pagar a dívida associada à compra da Hillshire", disse o presidente da Tyson, Donnie Smith, em comunicado.
Na sexta (25), a empresa decidiu fechar outras três fábricas de embutidos e alimentos processados nos EUA.
A Tyson não ia bem na América Latina. No trimestre encerrado em 28 de junho, ela perdeu US$ 15 milhões nas operações internacionais por condições "desafiadoras" de mercado no Brasil e na China e por preços mais baixos no México. Para 2014, a estima perda de US$ 100 milhões com negócios fora dos EUA.
"Não atingimos a escala necessária para alcançar posições de liderança nesses mercados", afirmou Smith, referindo-se ao Brasil e ao México. Na Ásia, no entanto, a Tyson informou que continuará focada em expansão.
MERCADO BRASILEIRO
Com a operação, a JBS leva três unidades de processamento de frango no Brasil -duas em Santa Catarina e uma no Paraná-, com capacidade para cerca de 600 mil aves por dia. Ela passará a abater 5 milhões de aves ao dia, ainda longe da BRF, com 7 milhões de aves ao dia e as marcas Sadia e Perdigão.
Segundo as empresas, as operações funcionarão com a capacidade necessária para manter os funcionários.
Apesar da saída de mais um concorrente do país -em 2013 a JBS comprou a marca Seara junto com a divisão de aves da Marfrig-, José Vicente Ferraz, diretor da Informa Economics FNP, consultoria especializada no setor, não vê mudanças significativas no mercado.
No México, a JBS assumirá outras três fábricas da Tyson, que ficarão sob a administração da Pilgrim's Pride, a subsidiária da empresa nos EUA. No mundo, a JBS passa a abater 12,5 milhões de aves ao dia e consolida a sua liderança.
"A transação reforça a presença da Pilgrim's no atraente mercado mexicano e adiciona escala às operações da JBS no Brasil", avalia o banco Goldman Sachs, que passou a recomendar a compra das ações da JBS.
Os papéis fecharam em alta de 1,65% nesta segunda; o Ibovespa caiu 0,22%.
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