Argentina investigará se ação judicial sobre dívida foi manobra especulativa
O Ministério da Economia da Argentina disse nesta sexta-feira (1º) que pediu ao regular do mercado de valores mobiliários nacional para investigar se a ação judicial de credores contra o país, nos Estados Unidos, não foi apenas a "fachada de uma manobra especulativa em favor de fundos abutres".
O ministério afirmou que o órgão regulador deve investigar se os credores ajuizaram a ação simplesmente para lucrar com os títulos inadimplentes que compraram por um preço baixo, bem como com os credit default swaps (CDS), derivativos utilizados para garantir contra calotes.
Em relação à decisão desta sexta-feira da Associação Internacional de Swaps e Derivativos (Isda, na sigla em inglês), que declarou que a Argentina não honrou o pagamento de junho dos juros da dívida, provocando o pagamento dos CDS, o ministério disse que a decisão "favoreceu alguns privados à custa dos outros."
O regular argentino irá pedir à comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC) "informações precisas sobre as operações com esses (CDS) para investigar se os fundos abutres tiveram um enorme benefício ao não chegar a um acordo, seja diretamente ou através de terceiros".
CALOTE
A Isda também decidiu por unanimidade que o país entrou em um calote, apesar das objeções do governo Argentino a respeito do uso do termo. Com isso, os investidores que comprara os CDS, uma espécie de seguro anticalote, deverão ser ressarcidos.
No mercado, compra e vende-se seguro para o caso de algum país não pagar sua dívida. Essa entidade determina, caso a caso, se houve calote que precise ser compensando para quem pagou pelo seguro.
PAGAMENTO
O juiz americano responsável pelo processo dos "fundos abutres", Thomas Griesa, permitiu nesta sexta que outros dois bancos repassem o bônus da dívida argentina a alguns credores que renegociaram os títulos..
O pagamento será feito por meio do Euroclear Bank e do Clearstream Banking. A mesma decisão já havia sido tomada a respeito do Citibank.
A ordem não afeta a situação das demais entidades financeiras, entre elas o Bank of New York Mellon (Bony), ao qual se refere a moratória seletiva declarada na quarta-feira por Standard & Poor's.
Em audiência hoje, Griesa também criticou as ditas pelo governo argentino e exigiu que o país continue negociando com os credores, independentemente "se houve default ou não".
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