Aumenta ritmo de queda nas vendas para Argentina
As dificuldades econômicas da Argentina seguem impactando o resultado comercial do Brasil. O país vizinho é o terceiro maior comprador de produtos brasileiros, mas os pedidos vêm minguando a cada mês.
Em julho, as exportações para o mercado argentino caíram 33,5% na comparação com o mesmo mês de 2013. Um mês antes, a queda havia sido de 25%. No acumulado do ano, a redução total já é de mais de 20%.
É uma péssima notícia para a indústria, já que os argentinos são os principais consumidores de produtos manufaturados do país.
O setor automotivo é o que mais vem sentindo o desaquecimento da demanda por lá, a despeito das rodadas recentes de negociação entre os dois países para destravar o comércio bilateral.
De janeiro a julho, a queda nas exportações de automóveis para a Argentina é de 36%, em comparação com o mesmo período de 2013. No caso das autopeças, a redução é de 29%.
O governo esperava que uma recuperação das vendas viesse após o compromisso do governo de Cristina Kirchner de não dificultar o acesso a dólares aos importadores argentinos dispostos a comprar produtos do Brasil. O ritmo de encomendas, contudo, segue baixo e agora o tom oficial é de cautela.
"A questão da Argentina é muito delicada. Temos de aguardar para ver como andarão as negociações [da dívida daquele país]. Não podemos de antemão falar do efeito imediato nas relações de comércio exterior com o Brasil", afirmou Roberto Dantas, diretor do Deax (Departamento de Estatísticas e Apoio ao Comércio Exterior).
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