Dona da TIM esquenta briga pela GVT
A disputa pela GVT esquentou. Na próxima semana, a Telecom Italia, dona da TIM, fará uma proposta superior à da Telefónica ao grupo de mídia francês Vivendi para comprar a GVT.
A Folha apurou que a oferta da operadora italiana pode chegar a um valor equivalente a R$ 20,5 bilhões. Mas, diferentemente da espanhola, a Telecom Italia vai oferecer a maior parte do pagamento em ações -uma parcela maior em papéis da própria Telecom Italia e outra, menor, da TIM no Brasil.
Editoria de Arte/Folhapress |
Como resultado, a Vivendi passaria a ser o maior acionista da Telecom Italia e a TIM se fundiria com a GVT.
Os italianos vinham conversando com o alto escalão da Vivendi desde junho, estudando uma aliança estratégica, mas foram surpreendidos pela oferta equivalente a R$ 20,1 bilhões da Telefónica pela GVT, nesta terça.
Agora, o presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, e um grupo de executivos correm contra o relógio para entregar uma contraproposta.
Na oferta da Telefónica, a Vivendi receberia R$ 20,1 bilhões, sendo R$ 11,9 bilhões em dinheiro. A diferença seria em ações da empresa após a "combinação" de negócios.
Ainda segundo apurou a reportagem, nos planos da operadora espanhola está a fusão entre a Vivo e a GVT, mas em um prazo a ser determinado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). As empresas acreditam que esse prazo seria inferior a dois anos.
OFERTA ANTERIOR
Em 2009, quando a Telefónica tentou comprar a GVT, disputando com a Vivendi, o Cade impôs restrições ao negócio, como a separação total das empresas por um prazo de cinco anos. Até os executivos deveriam ser mantidos.
Naquele momento, o mercado acreditava que a operadora espanhola estava interessada na GVT só para tirá-la do mercado. Os valores propostos pela GVT, à época, giravam em torno de R$ 7,7 bilhões, e a empresa tinha cobertura inferior a cem cidades. Hoje, está em 152 municípios e possui clientes de alto poder aquisitivo que usam internet de altíssima velocidade em fibra óptica e pacotes de TV.
Desta vez, os espanhóis afirmam que manterão a GVT exatamente do jeito que ela é como forma de complementar seu portfólio de serviços. A ideia é levar um serviço de alta qualidade para público A fora de São Paulo, justamente onde a GVT é forte.
Na capital paulista, onde a GVT entrou recentemente, a Telefónica não poderia assumir o negócio por uma restrição concorrencial (concentração elevada) e regulatória (porque a operadora espanhola é concessionária de serviço público).
ANTECEDENTES
No ano passado, a Vivendi vendeu algumas de suas empresas, inclusive de telefonia, porque entendia que precisava voltar ao seu negócio: a venda de conteúdo (mídia).
O grupo controla os estúdios da Universal e a produtora Canal+. Mas o novo presidente da Vivendi, Jean-François Dubos, entende que está havendo uma "convergência" entre as duas áreas e, por isso, decidiu avaliar as ofertas em torno da GVT.
Para ele, é importante ter presença não só na oferta de conteúdo mas na plataforma de distribuição, particularmente as redes de fibra óptica de alta velocidade -que permitem a transmissão de conteúdos sofisticados, como filmes e jogos de internet em alta definição.
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