Salário melhor está no Rio, não em SP
Maior mercado de trabalho do país e, por isso, "farol" dos movimentos que estão por vir no emprego e rendimento, São Paulo perdeu o posto de região metropolitana que paga melhores salários a seus trabalhadores para o Rio de Janeiro.
Na metrópole paulista, a média deste ano até julho é de R$ 2.145, com alta de apenas 1,1% ante os seis primeiros meses de 2013.
No Rio, o valor é de R$ 2.253, com uma expansão robusta de 5,6%. Os dados são de um recorte da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, elaborado pela Folha.
Para analistas, um dos principais motivos para essa diferença é a crise na indústria, que tem um peso maior no emprego na região metropolitana de São Paulo, onde o setor ocupa 18% de todos os trabalhadores.
Editoria de Arte/Folhapress |
No Rio, com a economia local mais voltada para comércio, serviços e turismo, o percentual é de 12%.
Segundo Adriana Beringuy, técnica do IBGE, a diferença do rendimento médio de todos os trabalhadores se deve principalmente à evolução negativa dos rendimentos dos trabalhadores da indústria. "A indústria em São Paulo tem mostrado um menor dinamismo", diz.
Em julho, por exemplo, os ocupados no setor fabril tinham uma perda de 3,5% em São Paulo em relação ao mesmo mês de 2013. No Rio, por seu turno, houve um ganho expressivo na remuneração dos empregados do segmento: 24% na mesma base de comparação.
Um das hipóteses de analistas é que há uma oferta maior de mão de obra qualificada em São Paulo, berço industrial do país e que sempre teve tradição em formar técnicos para o setor.
Outro fator, dizem, é que a região metropolitana fluminense abriga ramos industriais que têm mostrado melhor desempenho e que pagam salários mais altos.
Dentre eles, estão toda a cadeia de petróleo, petroquímica e farmacêutica, segmentos mais dinâmicos do que a média da indústria.
"A indústria do petróleo é menos afetada pelo ciclo econômico de fraco consumo. Isso faz o Rio de Janeiro ter um rendimento descolado não só de São Paulo, onde a indústria é bem mais diversificada e forte em bens de consumo [veículos, alimentos, vestuário, eletrônicos e outros]", afirma Fernando Holanda, economista da FGV.
Em 2013, o rendimento no Rio já tinha ficado ligeiramente superior ao de São Paulo. Os trabalhadores paulistas ganhavam 99% da remuneração dos fluminense. Neste ano (até julho), essa "boca" se alargou e a proporção passou para 95%, consolidando o Rio como região onde se pagam os mais altos salários. Desde 2002, primeiro ano da pesquisa do IBGE, São Paulo sempre liderou.
PRODUÇÃO FRACA
Tanto Rio como São Paulo registram fraco ritmo de produção indústria em julho, com quedas de 3,9% e 5%, respectivamente.
A produção industrial no país teve queda de 1,4% em junho em relação a maio –quarta redução seguida
No Rio, a retração foi impulsionada especialmente por sucessivas paralisações da Reduc, refinaria da Petrobras que sofreu com acidentes e incêndios. Neste caso, os dados disponíveis são dos Estados, e não apenas das regiões metropolitanas.
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