Analistas cortam previsão e falam em 'PIB zero' para resultado deste ano
Economistas de diferentes linhagens debatem se o país está ou não em recessão, após dois trimestres seguidos de recuo no PIB, como ensinam os livros-textos. No entanto, a maioria concorda que o país vive um quadro de estagnação e que o crescimento deve ficar perto de zero em 2014.
Essa é a previsão do economista Fabio Silveira, da consultoria GO Associados, que até então previa alta de 0,5%.
"O país está em recessão; tanto faz se é técnica ou não. Mas esse quadro deve ser moderadamente revertido no quarto trimestre", disse.
A mesma projeção deverá ser confirmada pelo economista Ilan Goldfajn, do Itaú, que prevê expansão entre zero e 0,2% (antes era de 0,6%). "Os indicadores não apontam ainda para uma retomada mais vigorosa", afirmou.
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Para alguns economistas, a recessão é um quadro mais complexo do que dois trimestres seguidos de contração. Segundo Silvia Matos, economista da FGV, implica o corte de vagas e queda na renda, o que está longe de ocorrer.
"É melhor olhar uma gama maior de informações. Mas a maioria dos dados tem sido ruim –indústria, varejo e serviços. Também pelo mercado de trabalho a sinalização é de recessão. A questão é que é uma recessão relativamente leve, mas mais duradoura", disse Sergio Vale, da MB Associados, que revisou a previsão de 0,6% para 0,5%.
"Prefiro olhar para a formação bruta de capital [investimentos]. Estamos vivendo uma estagnação, mas com tendência de deterioração, porque caíram os investimentos. Estamos plantando menos e vamos colher menos", disse Otto Nogami, professor do Insper, que reduziu a previsão de 0,8% para 0,6%.
Entre os mais otimistas estavam Bráulio Borges, da LCA. O economista deve revisar, na segunda, sua projeção de crescimento de 1% para perto de 0,7%.
A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências, foi uma das poucas que acertaram que o PIB recuaria 0,6% no segundo trimestre. Agora, ela acredita em ligeira recuperação nos próximos meses. Mesmo assim, ela revisou sua previsão de alta de 0,6% para 0,3% em 2014.
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