Bolsa quebra sequência de três semanas no azul com reação de Dilma
O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda pelo terceiro dia nesta sexta-feira (5), puxado especialmente por ações dos setores de mineração e siderurgia. Com o desempenho, o Ibovespa encerrou a semana no vermelho, interrompendo uma sequência de três altas semanais.
A desvalorização foi de 0,19% nesta sexta, para 60.681 pontos. O volume financeiro movimentado no dia foi de R$ 9,076 bilhões –acima da média diária do mês de setembro, de R$ 8,005 bilhões. No acumulado semanal, a perda do Ibovespa foi de 0,99%.
"Os investidores se frustraram ontem com a divulgação de pesquisas eleitorais que mostraram a recuperação de Dilma", diz André Moraes, analista da Rico.com.vc. Os resultados dos levantamentos abriram brecha para que o mercado vendesse ações e embolsasse os lucros acumulados nas últimas semanas.
"Em contrapartida, os dados do mercado de trabalho dos EUA divulgados hoje animaram e contribuíram para amenizar a queda do Ibovespa, já que os fracos números sinalizam um possível adiamento na alta do juro básica naquele país", acrescenta Moraes.
Apenas em agosto, o Ibovespa acumulou forte ganho de 9,78%, na esteira do avanço da candidata Marina Silva (PSB) em levantamentos eleitorais. Foi o terceiro mês seguido com desempenho positivo. Ontem, porém, o índice registrou perda de mais de 1% diante da ligeira melhora da presidente Dilma Rousseff (PT) em novas pesquisas Ibope e Datafolha.
Para este final de semana, está prevista a divulgação de levantamento Sensus com abrangência nacional e novas pesquisas Datafolha e Ibope foram registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a próxima semana.
ELEIÇÕES
"O cenário político, sem dúvida, vai continuar afetando o mercado brasileiro de ações até outubro. Há muita volatilidade e isso pode aumentar com os desdobramentos das campanhas dos candidatos à Presidência", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.
Apesar disso, a avaliação de economistas e analistas ouvidos pela Folha é de que a recente sinalização da presidente Dilma sobre a substituição do ministro Guido Mantega (Fazenda), caso seja reeleita em outubro, é de que isso não tem efeito imediato sobre o mercado financeiro.
Os especialistas dizem que a medida já era esperada e que os investidores só poderão "precificar" –para cima ou para baixo– a troca nos valores dos ativos quando houver um nome certo de quem deverá substituí-lo.
PAPÉIS
Na ponta negativa do Ibovespa, ganharam destaque nesta sexta papéis ligados à siderurgia e mineração. As ações preferenciais (sem direito a voto) da Usiminas caíram 5,11%, a R$ 8,36, enquanto os papéis preferenciais da Vale recuaram 1,77%, para R$ 25,00. Esses papéis têm apresentado quedas frequentes nas últimas semanas, na esteira da baixa nos preços do minério de ferro no mercado chinês.
Entre as estatais, a Petrobras viu sua ação preferencial subir 0,13%, para R$ 22,82, enquanto o Banco do Brasil mostrou perda de 1,64%, a R$ 34,20. Já o papel ordinário (com direito a voto) da Eletrobras teve desvalorização de 1,76%, a R$ 7,81.
Em sentido oposto, a Oi liderou a ponta positiva do Ibovespa, com alta de 4,58%, a R$ 1,60. O movimento reflete expectativas positivas do mercado para a assembleia na segunda-feira (8) de acionistas da Portugal Telecom, companhia que está em processo de fusão com a operadora brasileira.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,05% sobre o real, para R$ 2,241 na venda. Na semana, houve leve ganho de 0,17%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,13% no dia e ficou praticamente estável na semana, com ligeiro avanço de 0,04%, a R$ 2,240.
Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 2.000 com vencimento em 1º de junho de 2015 e 2.000 com vencimento em 1º de setembro de 2015, pelo total de US$ 197,6 milhões.
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Atualizado em 31/05/2024 | Fonte: CMA | ||
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