Dólar comercial sobe para R$ 2,42, apesar de ações do Banco Central
O Banco Central e o dólar têm nesta quinta-feira (25) mais um dia de queda de braço no mercado de câmbio, com vantagem para a moeda americana. Apesar do reforço nas intervenções diárias do BC, o real segue em desvalorização.
O dólar comercial, utilizado em negociações de comércio exterior, subia 1,71% às 12h24, cotado a R$ 2,425. Já o dólar a vista, referência para o mercado financeiro, subia 0,94% para R$ 2,423.
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O avanço da moeda americana foi impulsionado por dados positivos em relação ao mercado de trabalho nos Estados Unidos. O número de pedidos de auxílio desemprego no país subiu em 12 mil na semana passada, para um total de 293 mil solicitações.
"O número veio abaixo do esperado e segue mostrando uma tendência de recuperação da economia americana", afirma Lenon Borges, analista da Ativa Corretora.
Se o Federal Reserve (banco central dos EUA) tiver interpretação similar, a autoridade monetária pode julgar que o país está preparado para um aumento da taxa básica de juros, o que impulsiona a valorização do dólar.
Na última reunião do comitê de política monetária do país, a presidente do Fed, Janet Yellen, já sugeriu que os juros poderão subir antes do esperado, caso o mercado de trabalho melhore acima das expectativas e a inflação permaneça sob controle.
"Hoje, vemos basicamente uma fuga para ativos mais seguros. Estamos vendo o ouro se valorizando, as Bolsas em queda e uma corrida para os treasuries [títulos da dívida dos EUA] e o dólar", afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
Os investidores optam por investimentos de menor risco devido às tensões geopolíticas na Síria. No Brasil, o movimento é reforçado pela incerteza do mercado financeiro em relação às eleições. A pouco mais de uma semana da votação, as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) seguem em disputa acirrada pelo Planalto nas pesquisas de intenção de votos.
Para tentar frear a desvalorização do real ante o dólar, o BC deu continuidade nesta quinta ao seu programa reforçado de intervenção diária no mercado de câmbio. A autoridade monetária ofereceu 4.000 novos contratos de swap cambial, que equivalem a venda futura de dólares, no valor de US$ 198,2 milhões.
Além disso, o BC rolou os vencimentos de 15 mil outros contratos, no valor de US$ 739 milhões. Até esta terça-feira (23), a instituição financeira costumava rolar 6.000 contratos por dia, em valores próximos a US$ 300 milhões.
BOLSA
Após encerrar o pregão desta quarta-feira (24) em alta, a Bolsa de Valores abriu o dia no vermelho, puxada por recuos nos papéis da Vale e da Petrobras.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, caía 1,10% às 12h24, para os 56.201 pontos.
As ações da mineradora estão sendo impactadas nesta manhã por uma queda na demanda da China por aço. O consumo aparente do produto no país, que é o maior consumidor e produtor da liga, caiu 1,9% em agosto em relação a igual período de 2013, para 61,9 milhões de toneladas. Foi o primeiro recuo desde os anos 2000.
Com isso, o preço do minério de ferro caiu mais uma vez e renovou a mínima dos últimos cinco anos, negociado a US$ 78,60 a tonelada.
Os últimos dados do país também indicam para uma possível desaceleração da indústria chinesa, indicando que pode haver um descasamento entre a oferta e demanda por minério de ferro. O momento é crítico para as empresas do segmento, que têm investido alto para aumentar a produção, acreditando que a China ainda não atingiu o seu auge.
"A oferta cresce num ritmo muito maior que a demanda, então é natural que tenhamos um nível muito maior de estoque [de minério de ferro na China]", afirma Borges, da Ativa Corretora. Com os estoques em alta, o preço do produto cai.
Apesar das quedas recentes nos papéis da mineradora, Borges acredita que a Vale ainda não tem sentido os efeitos deste cenário tanto quanto suas principais rivais, a Rio Tinto e a BHP Billiton.
O analista prevê ainda que o preço do minério de ferro pode passar por um período de maior estabilidade em breve. "Esperamos que o minério comece a mostrar uma resiliência. Ele está chegando a um patamar muito baixo e o espaço que tem para cair está cada vez menor", diz.
Refletindo esse cenário, as ações ordinárias da Vale, que dão direito a voto, caem 1,59% às 12h24, para R$ 27,20. Já os papéis preferenciais da empresa recuam 1,68%, negociados a R$ 23,99.
A Petrobras segue em queda nesta quinta-feira, sofrendo com as expectativas dos investidores em relação às eleições. "Temos a pesquisa Datafolha nesta sexta, que pode estar dando uma piora do cenário. O mercado pode já estar precificando um pouco isso", afirma Borges.
As ações ordinárias da petroleira caíam 0,99% às 12h24, cotadas a R$ 18,90. Já os papéis preferenciais caíam 1,18%, a R$ 19,99.
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