Aposentados invadem Petrobras e criticam petroleiros ligados ao PT
Um racha no movimento sindical dos petroleiros sobre a proposta de reajuste da Petrobras resultou nesta terça-feira na invasão de sede da estatal, no Rio, por de cerca de 80 aposentados e pensionistas da companhia.
Eles invadiram o saguão do prédio e tentaram pular catracas e invadir a área elevadores para chegar ao andar da diretoria da estatal. Eles foram impedidos por seguranças da empresa, que também não permitiram que eles entrassem com colchonetes. A intenção dos manifestantes é dormir no local até serem atendidos pela presidente da estatal.
A divisão no movimento sindical ocorre porque a maioria dos funcionários da ativa e inativa da Petrobras são ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que já aprovou o acordo salarial deste ano proposto pela Petrobras (9,71% de reajuste). Os aposentados não têm direito a esse percentual e seu salário é corrigido apenas pela inflação do período (6,51%).
Já os sindicatos ligados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que conta com menos filiados, ainda quer negociar um aumento superior ao oferecido pela estatal (9,71%) para os trabalhadores atuais da empresa.
Dirigentes da entidade dizem que a FUP fechou o acordo com a Petrobras para não prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). "Nós dedicamos 30 a 40 anos da nossa vida para construir esse império e não compartilhamos com essa situação de subornos e corrupção na empresa. A Graça tem uma direita. Construiu sua carreira, mas é manipulada pelo PT", disse Alealdo Hilário, diretor da FNP.
A FNP, cujo principal sindicato é do dos petroleiros do Rio de Janeiro, se alinha ao PSTU. A federação tem cinco sindicatos. A FUP, ligada à CUT e ao PT, conta com 13 sindicatos.
OBJETIVO
Os manifestantes querem uma reunião com a presidente da estatal, Graça Foster. Segundo a FPN, o objetivo é obter o compromisso de Foster a pressionar a Petros (fundo de pensão da estatal e responsável pelo pagamentos de aposentados e pensionistas) a voltar a conceder o mesmo reajuste dos funcionários da ativa –inclusive um aumento retroativo de 12% que não dado entre 2004 e 2006, além dos bônus pagos aos atuais funcionários da estatal.
Em nota, a Petrobras disse que "apresentou sua última proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2014 no dia 24" e que ela "está sendo aprovada nas unidades da companhia."
Sobre a manifestação, a estatal afirmou que a área de Recursos Humanos da companhia, responsável pelas negociações trabalhistas, "já se colocou à disposição para recebê-los."
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