Greve fecha mais de 40% das agências bancárias do país, segundo sindicato
A adesão à greve nacional dos bancários cresceu no terceiro dia de paralisação. Em todo o país, 9.379 agências não funcionaram nesta quinta-feira (2), um aumento de 22,2% em relação ao dia anterior.
De acordo com a Contraf-CUT, a confederação nacional que representa a categoria, o número representa 40,8% do total das unidades bancárias no Brasil.
O presidente da entidade, Carlos Cordeiro, diz que a paralisação mostra a união da categoria. "É essa a resposta dos bancários ao silêncio da Fenaban [Federação Nacional de Bancos]", afirmou. "Os bancários só sairão dessa greve com maiores avanços no salário, na valorização do piso e na melhoria das condições de trabalho."
Procurada pela Folha, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não se pronunciou sobre a greve. A entidade afirma apenas que está confiante "na manutenção das negociações para um desfecho da convenção coletiva" e que os consumidores devem buscar outras modalidades de atendimento durante a paralisação, como os caixas eletrônicos, sites dos bancos e aplicativos de celular.
Em São Paulo, os trabalhadores de todas as agências da avenida Paulista, principal centro financeiro da cidade, aderiram a greve. Entretanto, o movimento perdeu força na avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste. Na terça, 27 das 38 unidades bancárias visitadas pela Folha estavam fechadas. Dois dias depois, só os trabalhadores das agências das estatais Caixa e do Banco do Brasil continuam mobilizados.
A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, atribuiu o fato a uma mudança de estratégia da greve. "Nós priorizamos os locais que têm causam um impacto maior no negócio dos bancos. Ontem, por exemplo, decidimos que o foco seria a região da Paulista e as casas de câmbio", afirmou.
Na Vila Mariana, os bancos privados mantém o trabalho em ritmo normal. A aposentada Maria de Jesus é cliente do Banco do Brasil e se surpreendeu ao encontrar a agência sem expediente. "Não sabia. Agora sou obrigada a ir em outro branco", disse. Ainda assim, os poucos funcionários presentes tentavam auxiliar. "No que a gente pode ajudar, a gente ajuda aqui de fora [área dos caixas eletrônicos]", afirmou um bancário que pediu para não ser identificado.
REIVINDICAÇÕES
Para encerrar a paralisação, a categoria demanda um reajuste de 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado em 12 meses), piso salarial de R$ 2.979,25, 14º salário e outros benefícios.
A proposta dos bancos, que foi rejeitada pelos trabalhadores, prevê correção salarial de 7,35%, com aumento real de 0,94%.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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