Surpresas do cenário político inflam 'mercado de pesquisas'
Executivos de banco e gestores de investimento passaram a segunda (6) analisando os mapas de votação do primeiro turno e trocando e-mails com relatórios de seus consultores políticos, na tentativa de adivinhar quantos votos Aécio e Dilma poderão herdar de Marina Silva (PSB) no segundo turno.
As avaliações do cenário político estão dando o rumo do mercado financeiro nos últimos meses. O objetivo agora é antecipar as chances da presidente Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB) na corrida à Presidência da República.
Pacotes para análise política no segundo turno, com direito a levantamentos diários de intenção de voto feitos pelo telefone -os chamados "trackings", no jargão político- podem custar entre R$ 250 mil e R$ 1 milhão no Instituto Ipsos, multinacional que oferece esse tipo de serviço em mais de 80 países.
No Ibope, uma enquete por telefone com 700 entrevistas em todo o país custa R$ 21 mil. Já uma pesquisa nacional exclusiva, com entrevistas face a face com 3.000 eleitores fica em R$ 270 mil. O Datafolha, instituto do grupo que edita a Folha, não faz pesquisas eleitorais privadas.
Eleição mais imprevisível desde 2002, a campanha deste ano virou base de especulação entre os profissionais do mercado financeiro.
Eles tentam captar sinais relevantes antes dos outros para ganhar dinheiro, comprando ações quando estão baratas e vendendo estes papeis mais caros adiante.
Para eles, faz parte do trabalho antecipar as tendências das pesquisas eleitorais. Se elas mostrarem queda de Dilma, a Bolsa vai subir e é melhor comprar ações antes. Se, ao contrário, a presidente cair nas pesquisas, é melhor vender antes que os preços dos papeis caiam.
Para aproveitar essa ansiedade, surgiram até consultores que prometem adiantar o resultados das pesquisas de Ibope e Datafolha. O mercado apelidou esse produto de "pesquisa clone". Todo mundo diz que existe, mas ninguém admite ter comprado.
Banqueiros, operadores e analistas disseram à Folha que o consultor Alberto Almeida, do Instituto Análise, é o que mais oferece o serviço. Procurado por telefone e e-mail desde a semana passada, ele não quis falar sobre o assunto.
De acordo com Márcia Cavallari, diretora do Ibope, neste ano, a demanda por pesquisas, trackings e consultoria política dobrou em relação às eleições de 2006 e 2010, que foram mais mornas.
Os pedidos de análise também diferem dos de 2002, quando a eleição foi disputada. Segundo Dorival Mata Machado, diretor do Ipsos, os clientes hoje desejam acertar o número que aparecerá nas pesquisas. No passado, queriam entender o que significaria a vitória de Lula.
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