Mais credores da Argentina vão aos EUA cobrar dívida
A defesa da Argentina contra os fundos "abutres" informou à Justiça dos Estados Unidos que 25 detentores de títulos de dívida apresentaram demandas para receber o pagamento imediato do que o país deve e que o total necessário para se ver livre da ação subiu de US$ 1,3 bilhão para US$ 4,7 bilhões.
Carmine Boccuzzi, advogado do governo argentino, enviou carta ao magistrado responsável pelo caso, Thomas Griesa, em que diz que esses pedidos foram apresentados desde junho, quando o juiz obrigou a Argentina a pagar imediatamente uma parte da dívida que a Casa Rosada não reconhecia como legítima.
Ele também diz que a situação pode piorar em breve, pois outros 52 credores, que detêm um total de US$ 4,4 bilhões em títulos do país, preparam-se para entrar com pedido de pagamento imediato.
Em junho, o país foi derrotado em ação liderada pelo fundo NML, em que estava em jogo um pagamento de US$ 1,3 bilhão. Era uma dívida que a Argentina não reconhecia e que Griesa mandou o país pagar.
Depois disso, outros credores que estavam na mesma situação do NML resolveram entrar na Justiça para demandar o mesmo.
Essas demandas têm origem em um calote que o país deu em toda a sua dívida em 2001. Em 2005, a Argentina tentou acerto com os credores. Ofereceu pagar 30% do que devia. A grande maioria, formada por 92,4% dos detentores de títulos, aceitou o acordo, trocou papéis velhos por novos, de valor menor, e voltou a receber. Os que ficaram de fora entraram na Justiça.
Em junho passado, Griesa decidiu que a Argentina só poderia seguir pagando aos credores que haviam aceitado a troca de títulos se pagasse aos outros, que nunca entraram em acordo após o calote de 2001.
São esses que agora apresentam a queixa de US$ 4,7 bilhões, o que equivale a 16% das reservas da Argentina, de US$ 28 bilhões.
NOVO CALOTE
A Argentina se recusa a se acertar com os que ficaram de fora do acordo e, assim, os credores que tinham aceitado a troca de papéis não puderam receber por causa da decisão de Griesa. Eles tomaram um novo calote.
Em janeiro, vence a cláusula que a Casa Rosada afirma que a impede de negociar com os "abutres": a que estende a todos os credores as melhores ofertas.
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