Cai número de inaugurações de shoppings no país
A perda de fôlego no consumo começa a se abater sobre o setor de shoppings, que começa a recolher seus planos de expansão pelo país.
Diante de compradores cautelosos e lojistas com receio de abrir mais pontos de venda, empreendedores de shoppings cancelaram ou postergaram muitos dos projetos previstos para 2014.
Dos 44 empreendimentos que haviam sido anunciados para este ano em todo o país, só 11 foram abertos até agora, segundo a Abrasce (associação de shopping centers).
Como base de comparação, em 2013, dos 42 previstos, 38 entraram em operação no ano, segundo Luis Ildefonso da Silva, diretor da Alshop, entidade de lojistas.
São esperados mais 14 até o fim do ano, quando as inaugurações esquentam para aproveitar o Natal, mas o número pode não ser atingido.
Apu Gomes/Folhapress | ||
Obras do novo Shopping Parque Maia na Grande São Paulo, que teve sua inauguração adiada |
ECONOMIA RESTRITA
"Alguns foram retardados pela economia restrita. O consumidor está com propensão menor para compras", diz.
"A transferência de um ano para outro acontece por várias razões como burocracia, falta de mão de obra qualificada e atraso de lojistas, entre outras. Neste ano foi agravada pela economia estagnada", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.
O esgotamento parece ter chegado primeiro aos grandes centros urbanos.
No grupo de shoppings inaugurados, só um foi em uma capital, no Rio. Os demais buscaram outros destinos em Estados como São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
"Os grandes centros já foram atendidos pela indústria de shoppings. E, com a valorização dos terrenos nas capitais, os investimentos ficam altíssimos se comparados aos do interior", diz Silva.
Editoria de arte/Folhapress |
INTERIOR
A alternativa do interior, porém, também enfrenta obstáculos. Para Fabio Caldas, coordenador no Ibope Inteligência, é preocupante a dificuldade de encontrar lojistas para preencher espaços locáveis fora das grandes cidades.
Segundo seus estudos, o cenário se complica desde 2013. Quase 40% dos shoppings inaugurados no ano passado estão com taxa de ocupação inferior a 50%.
As menores taxas estão nos empreendimentos localizados em cidades de menos de 1 milhão de habitantes.
Em geral, estão vagas as áreas destinadas ao cinema e às lojas satélites (as lojas menores, em contraposição às chamadas "âncoras").
"Com só 50% das lojas locadas, o shopping fica deficitário, porque ele é um condomínio, tem custos. E shopping vazio afasta consumidores e lojistas", diz Caldas.
Uma das empresas que não planejaram abrir shoppings em 2014, a Sonae Sierra Brasil aproveitou para dobrar sua área bruta locável nos últimos dois anos, segundo Waldir Chao, diretor comercial.
Agora estuda projetos futuros, expansões dos já existentes e aquisições, outro movimento que ganhará força no setor, ainda fragmentado.
As melhores oportunidades, diz Chao, surgiram em 2007, quando a busca por projetos e a oferta de recursos internacionais abundavam.
A Multiplan, que abriu cinco unidades nos últimos três anos, diz que ainda há demanda para novos empreendimentos e nega desaceleração. A empresa tem trabalhado em projetos e expansões.
Na Aliansce, a decisão, tomada antecipadamente, foi a de se concentrar nas expansões, que atraem lojistas mais facilmente, segundo Eduardo Prado, superintendente de relações com investidores.
A BRMalls, que planeja abrir shopping em Vila Velha (ES), não quis comentar nem revelar a taxa de ocupação do empreendimento. A General Shopping, que posterga um centro de compras em Guarulhos, não se pronunciou.
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