Defesa de Eike e procurador federal batem boca em audiência
Os três advogados de defesa de Eike Batista, Raphael de Mattos, Ary Bergher e Darwin Lourenço, e o procurador da República José Panoeiro bateram boca na tarde desta terça-feira (18) durante a primeira audiência do julgamento do empresário na Justiça Federal no Rio.
Na primeira audiência como réu sob acusação de crimes financeiros, Eike optou pelo silêncio.
A audiência estava marcada para às 14h. O empresário chegou por volta das 13h40. O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3º Vara Federal Criminal, deu início à audiência às 14h25.
Com uma equipe de quatro advogados e outros assistentes jurídicos, ele ouviu calado as acusações e discussões entre defesa e a procuradoria. Passou boa parte do tempo trocando mensagens pelo celular e tomando café.
Já havia sido ouvida a primeira testemunha de acusação, o superintendente da CVM (Comissão de avalores Mobiliários), Fernando Soares Vieira, que explicou questões técnicas sobre os comunicados da petroleira OGX ao mercado e respondeu perguntas sobre o termo de acusação produzido pelo órgão.
Em seguida, foi chamado um integrante da Associação Nacional de Proteção aos Acionistas Minoritários, o economista José Aurélio Valporto, conhecido por dar declarações contra a administração da OGX na imprensa.
A defesa pediu que o juiz Flávio Roberto de Souza que desconsiderasse o depoimento de Valporto porque ele já fizera, em outra ocasião, uma queixa crime contra Eike no Ministério Público Federal, o que o economista confirmou. A defesa argumentou que seu depoimento não seria isento já que a testemunha se via como vítima.
O juiz dispensou outros depoimentos e marcou novas audiências para os dias 10 e 17 de dezembro. Eike só falará após todas as testemunhas, em data a ser marcada.
'VÍTIMA DE ESTUPRO'
O tom subiu quando o procurador afirmou que por essa lógica "uma vítima de estupro não poderia depôr contra o seu estuprador". "A criminalidade do colarinho branco é quenem a do crime comum", disse o procurador.
A defesa reagiu e houve bate boca, não interrompido pelo juiz que decidiu, por fim, que Valporto seria ouvido não mais na condição de testemunha, mas como informante. A diferença é que a testemunha é obrigada por lei por falar a verdade.
Pouco antes, o juiz federal havia negado pedido da defesa que o processo passasse a correr em segredo de Justiça. Os advogados alegaram que o empresário teria informações suas expostas ao público e à imprensa presente.
"Indefiro o pedido da defesa por que as informações tratadas aqui dizem respeito ao mercado de capitais e são públicas", disse o juiz da 3º Vara Federal Criminal, Flávio Roberto de Souza. Ficou estabelecido, contudo, que informações fiscais do empresário teriam seu sigilo mantido.
A audiência foi encerrada após o depoimento de três testemunhas de acusação. Outras dez, além das oito de defesa, serão ouvidas nos dias 10 e 17 de dezembro. Eike só será interrogado após as testemunhas, sem data definida.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 02/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,95% | 127.122 | (17h29) |
Dolar Com. | -1,52% | R$ 5,1126 | (17h00) |
Euro | -0,82% | R$ 5,4803 | (17h31) |