Bancos recrutam ex-militares de olho em liderança e trabalho em equipe
Bancos como JPMorgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs têm elevado o número de ex-militares em suas fileiras sob a crença de que competências como liderança, trabalho em equipe e solução de problemas, cultivadas nas Forças Armadas, são úteis ao seu negócio.
O Morgan Stanley promove oficinas de transição de carreira desde 2010 e neste ano criou estágios para ex-militares em três áreas: vendas e transações institucionais, finanças e operações.
As oficinas, das quais 700 ex-militares participaram até agora, visam desmistificar os serviços financeiros, diz Dan Worthington, ex-militar que é hoje diretor-executivo na divisão de ações institucionais do banco. "É difícil para alguém das Forças Armadas distinguir entre vendas e transações e operações de banco de investimento."
O JPMorgan iniciou seu programa de estágios em 2011. "É uma chance de identificarmos talentos", afirma Patrick Thomson, chefe das operações mundiais de fundos soberanos de investimento na JPMorgan Asset Management, que serviu cinco anos no Exército britânico.
"[Ex-militares] têm uma abordagem organizacional que facilita completar projetos. Os padrões de integridade que mantêm são altos."
Eduardo Muñoz - 25.out.13/Reuters | ||
Funcionários trabalham na sede do JPMorgan em Nova York; bancos recrutam militares |
Embora haja uma dimensão social em ajudar essas pessoas a retomarem a vida civil, contratá-las é um bom negócio, diz Will Packard, diretor-geral de marketing de câmbio no Citi e ex-capitão do Exército britânico. "As Forças Armadas já cuidaram da seleção e do treinamento. Diversidade de experiência e pensamento é importante."
Neste ano, o Citi lançou um programa para atrair jovens egressos das Forças Armadas para a pós-graduação que mantém. Já o Goldman Sachs possui um programa de integração de veteranos.
A transição traz desafios, sobretudo o choque cultural e o fato de um oficial militar não assumir de cara um posto de alta patente no banco.
"O difícil é superar a diferença entre a competência inata e a falta de experiência de uma pessoa", diz Packard.
"As estruturas de um banco são menos definidas, e o oficial não é tão orientado a realizar tarefas."
Durante seus sete anos nos Fuzileiros Navais britânicos, Christopher Beesley enfrentou generais de Serra Leoa, funcionários terceirizados na Olimpíada de Londres e subordinados desobedientes.
Cada posto ao longo de seu serviço durava 18 meses e envolvia uma curva íngreme de aprendizado. Isso, diz, o preparou para seu primeiro emprego civil após as Forças Armadas, de executivo júnior na divisão de custódia e serviços de fundos no JPMorgan.
"O espectro do que você é instruído a fazer muda muito, e por isso você desenvolve a capacidade de identificar temas comuns e aprender as coisas rapidamente", diz.
O mais difícil foi aprender aspectos técnicos do trabalho. "O treinamento não tem a mesma intensidade no banco", afirma. "Cabe a você descobrir as coisas, em um setor complexo e competitivo."
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