Bolsa recua com nova equipe e queda do petróleo; dólar volta a subir
Depois de abrir em alta e passar no terreno positivo em boa parte do dia, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou o pregão à vista desta quinta-feira com desvalorização de 0,68%, aos 54.721 pontos. A queda foi influenciada fundamentalmente pelo tombo nas ações da Petrobras no dia, mas também houve realização de lucros por parte de investidores.
O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subiu 0,87% para R$ 2,529. A moeda à vista, referência no mercado financeiro, teve alta de 0,54%, cotada em R$ 2,5138.
Em dia de feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, os operadores atuaram mais focados em notíciário interno, com volumes mais baixos.
No melhor momento desta quinta-feira, o Ibovespa chegou a subir 1,8%, a 56.065 pontos. Mas na hora da oficialização de Joaquim Levy como ministro da Fazenda, o índice, que subia até então, passou a cair.
Leandro Ruschel, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer, explica que o mercado sempre antecipa as cotações de informações futuras e desconta quando elas são realizadas, e isso explica em parte a queda do pregão de hoje. "É a máxima: 'O mercado sobe no boato e cai no fato'", diz o analista.
Após ser confirmado, Levy declarou em entrevista que sua prioridade será a melhora das contas públicas e já definiu uma meta de superavit primário de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 e, no mínimo, de 2% do PIB nos dois anos seguintes.
"Havia ainda alguma expectativa de anúncio de medidas pela nova equipe, mas de efetivo houve apenas a confirmação dos nomes que já estavam na mídia", observou o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management. "A falta de detalhes desanimou e amparou alguma realização de lucro."
AÇÕES
Mas o tombo nas ações da Petrobras no dia –foram os papéis que tiveram as maiores quedas entre os negociados no Ibovespa-foi essencial para a virada do índice.
As ações preferenciais da estatal, mais negociadas, caíram 4,68%, para R$ 13,44. As ordinárias, com direito a voto, recuaram 3,92%, fechando cotadas em R$ 12,75.
O grande motivador para a desvalorização do dia da Petrobras, na visão de Ruschel, foi o recuo abrupto do preço do petróleo nesta quinta-feira, diante do anúncio da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) que não cortaria a produção da commodity. "Não é usual uma queda de 6% no preço do petróleo", pondera.
Segundo Ruschel, se no curto prazo a queda do preço do petróleo é boa porque reduz a diferença entre o preço pelo qual a Petrobras compra a gasolina lá fora e vende no país, no longo é ruim porque pode inviabilizar o pré-sal.
Os papéis da Vale, que haviam caído fortemente no dia anterior, depois de cinco pregões de alta, ensaiaram uma recuperação ao longo das negociações. Mas os preferenciais terminaram o dia na estabilidade, cotados em R$ 19,75, e os com direito a voto até recuaram 0,26%, para R$ 22,98.
"O preço do minério de ferro caiu e isso impacta a companhia", lembra o especialista em Bolsa da Icap, Rogério de Oliveira.
Na ponta positiva, a Gol liderou as altas do Ibovespa, subindo 7,61%, para R$ 14,56 -e, nesse caso, a queda do petróleo foi benéfica, pois combustíveis são o principal custo de qualquer companhia aérea, como lembra Ruschel, da Escola de Investimentos Leandro & Stormer.
CÂMBIO
Durante a entrevista em que traçou um panorama do que pretende fazer continuando à frente do Banco Central, Alexandre Tombini sinalizou que o BC pode encerrar ou reduzir o volume do programa de intervenções diárias no câmbio de novos contratos de swap no fim de dezembro.
Manteria, no entanto, o estoque atual por meio de operações de renovação (rolagem) desses papéis. Para ele, não há "qualquer necessidade, no curto e médio prazo", de reduzir esse volume.
Na avaliação de operadores, essa possibilidade de redução do programa de intervenções afetou a cotação do dólar. "Olhei na tela [que marca os indicadores] quando ele disse isso e a cotação realmente subiu", disse Marcos Trabbold, operador da B&T Corretora de Câmbio.
Nesta quinta, o Banco Central realizou novo leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares) dentro do programa de intervenções diárias no câmbio. O valor alcançado foi de US$ 197,4 milhões.
Na operação de rolagem de hoje -a qual Tombini sinalizou que continuará sendo feita–, a autoridade monetária renovou o vencimento de 14 mil contratos de swap com data para a próxima segunda-feira, dia 1º, por um valor total de US$ 684,8 milhões.
Para Trabbold, é importante observar que, a despeito das quedas e altas ocorridas no dia, a cotação ficou sempre dentro do patamar de R$ 2,50. "Dificilmente vamos voltar aos níveis de antigamente, como R$ 2,20 ou R$ 2,30. Acho que o mercado está fazendo uma correção natural da cotação."
Com a Reuters
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