Bolsa segue mau humor externo e tem maior queda diária em dois meses
Dados mostrando desaceleração do setor manufatureiro chinês deram força para a queda das ações de produtores de commodities nesta segunda-feira (1º) na Bolsa brasileira, fazendo com que o principal índice do mercado de ações nacional tivesse a maior perda diária em dois meses.
O Ibovespa acompanhou a queda dos principais índices internacionais e fechou em baixa de 4,47%, aos 52.276 pontos. Foi a maior perda diária desde 29 de setembro, quando o índice recuou 4,52%. O volume financeiro foi de R$ 7,560 bilhões. Segundo analistas, os investidores também demonstraram cautela com a possibilidade de criação de novas tributações no Brasil para reequilibrar as contas públicas do governo.
"Diante do mau humor com dados econômicos chineses, europeus e americanos, os [investidores] que estão comprados em ações com bom desempenho começaram a querer realizar lucros. Isso motivou a forte queda dos bancos, por exemplo, empurrando a Bolsa para baixo", diz André Moraes, analista da corretora Rico.
Na China, dados de PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) da manufatura foram divulgados durante o final de semana. O indicador calculado pelo NBS, órgão de estatística do governo chinês, recuou de 50,8 para 50,3 em novembro. Já o PMI calculado pela Markit/HSBC confirmou o resultado preliminar e ficou em 50,0 pontos no mesmo período, recuando em relação a 50,4 de outubro.
A China é o principal destino das exportações da mineradora Vale, que viu suas ações preferenciais (sem direito a voto) fecharem em baixa de 4%, a R$ 19,20 cada uma. A desaceleração chinesa também repercutiu negativamente sobre as ações de siderúrgicas -o minério é um dos componentes do aço. Os papéis preferenciais da Usiminas tiveram desvalorização de 5,58%, enquanto a Gerdau perdeu 6,70%. Já a CSN caiu 4,62%.
Na zona do euro, segundo a Markit/HSBC, o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI) do setor industrial recuou em novembro. No mês, o indicador passou de 50,6 para 50,1 pontos. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de 50,4 pontos.
Já nos EUA, o setor industrial desacelerou em novembro, atingindo a menor taxa de crescimento desde janeiro. A leitura final do PMI do Markit mostrou que o índice caiu para 54,8 em novembro, após 55,9 em outubro. O resultado foi ligeiramente acima da leitura preliminar de 54,7.
Aqui no Brasil, segundo analistas, preocupou os investidores a notícia de que, com o consentimento da presidente Dilma Rousseff, governadores petistas recém-eleitos começaram a articular a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), o extinto tributo cobrado automaticamente a cada transmissão de valores no banco.
PAPÉIS
A Petrobras também fechou no vermelho e ajudou a empurrar o Ibovespa para baixo. As ações preferenciais da petroleira cederam 3,75%, a R$ 12,32 cada uma –menor valor do ano. Em relatório, a corretora Guide lembrou que o barril de petróleo Brent (negociado em Londres) é cotado nas mínimas de cinco anos e só na semana passada a commodity recuou 12,7%.
Na semana passada, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu não cortar a produção diária de barris, provocando quedas mais fortes nas cotações do petróleo.
As ações da Ambev recuaram 4,99%, após o jornal "Valor Econômico" publicar, citando fontes, que o valor da autuação fiscal por amortização de ágio da incorporação da InBev Holding Brasil ultrapassa R$ 5 bilhões.
Entre os bancos, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, perderam Itaú Unibanco (-4,20%), a ação preferencial do Bradesco (-5,23%) e o Banco do Brasil (-6,64%). Em linha, o Santander viu seus papéis recuarem 2,77%.
Nenhuma das 70 ações que compõem o Ibovespa fechou em alta. A Oi caiu 5,80%, após a empresa anunciar que celebrou contrato de exclusividade com o grupo europeu de telecomunicações Altice por um período de até 90 dias para negociação dos termos finais da venda dos ativos da Portugal Telecom SGPS (PT Portugal).
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,71% sobre o real, cotado em R$ 2,555 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,50%, para R$ 2,559.
A desvalorização da moeda americana acontece após o Banco Central anunciar início da rolagem do lote de swaps (operação que equivale a uma venda futura de dólares) com vencimento em janeiro.
Operadores ressaltam, no entanto, que o mercado também segue de olho na nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff (PT), e nas medidas que serão anunciadas para resgatar a confiança dos agentes.
O BC deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,0 milhões.
A autoridade também promoveu um leilão para rolar 10.000 contratos de swap que venceriam em janeiro. Ao todo, 2.100 papéis tiveram seus prazos estendidos para 3 de novembro de 2015, enquanto outros 7.900 papéis ficaram com vencimento para 4 de janeiro de 2016. A operação movimentou US$ 489,5 milhões.
Com agências de notícias
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