Bolsa sobe com dado de emprego nos EUA, mas perde 5% na semana
Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos surpreenderam positivamente nesta sexta-feira (5) e ajudaram o principal índice da Bolsa brasileira a fechar em alta de mais de 1%. O bom desempenho foi sustentado por bancos e exportadoras, mas não foi suficiente para evitar que o Ibovespa acumulasse perda na semana.
A valorização do Ibovespa nesta sexta foi de 1,10%, para 51.992 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,571 bilhões –abaixo da média diária de dezembro, de R$ 6,028 bilhões, e também inferior à média diária em 2014, de R$ 7,226 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Na semana, o índice perdeu 4,99% –a segunda perda semanal consecutiva do Ibovespa.
A economia dos EUA teve em novembro sua maior geração de vagas de emprego desde janeiro de 2012. De acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta, foram criados 321 mil postos no mês, índice muito acima da previsão do mercado, de 230 mil. A taxa de desemprego ficou estável em 5,8% no mês passado, mantendo-se no nível mais baixo desde junho de 2008.
"O principal indicador que mexeu com o mercado foi o payroll [relatório de emprego dos EUA]. Como o esse indicador veio bem acima das expectativas, voltou a levantar dúvida sobre uma possível elevação antecipada dos juros americanos, o que pressionou o dólar. E, como o dólar subiu, as exportadoras na Bolsa ganharam força", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,15% sobre o real, cotado em R$ 2,590 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, também avançou 0,15%, para R$ 2,594. A moeda americana chegou a atingir R$ 2,61 ao longo do dia.
A valorização do dólar beneficia a receita das exportadoras brasileiras. Algumas estiveram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sexta, como a Fibria (+2,62%). Os bancos também refletiram o bom humor dos investidores, com ganhos do Itaú Unibanco (+1,90%), Banco do Brasil (+2,21%), Santander Brasil (+0,99%) e o papel preferencial (sem direito a voto) do Bradesco (+2,21%).
Outra exportadora, a Vale viu sua ação preferencial subir 1,08%, para R$ 18,70. A mineradora afirmou nesta sexta que negocia com "um potencial investidor" seus ativos de mina e logística de carvão em Moçambique. Além disso, em encontro com investidores em Londres, a direção da empresa disse acreditar na estabilização dos preços do minério no próximo ano.
Já os papéis preferenciais da Oi fecharam estáveis em R$ 1,22 cada um. O conselho da empresa deve comunicar em breve a aprovação da oferta de compra da Portugal Telecom (PT) pela francesa Altice. A Folha apurou que a aprovação pela Oi ainda pode ser suspensa caso na assembleia da PT em Portugal os acionistas decidam vetá-la. Mas as chances são pequenas.
RATINGS
As ações ordinárias da Eletrobras (com direito a voto), caíram 3,74% nesta sexta, para R$ 5,66 cada uma, enquanto as ações preferenciais, perderam 4,56%, para R$ 6,69.
Elas ficaram entre as maiores perdas do Ibovespa no dia, após a agência de classificação de risco Standard and Poor's ter rebaixado o perfil de crédito individual da companhia de bb para bb-. Ao mesmo tempo, a S&P reafirmou as notas de crédito global e em moeda local da empresa, em BBB- e BBB+, respectivamente, e manteve a perspectiva estável como reflexo da nota de crédito soberana brasileira.
"O rebaixamento do rating individual da Eletrobras não surpreende. Ela trouxe um resultado ruim, ameaçou cortar dividendos [parte do lucro das empresas distribuída aos acionistas], enfim, o cenário todo é adverso. O fato de a nota individual da Petrobras ter sido cortada dois dias antes já sinalizava que o mesmo deveria ocorrer com outras estatais", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.
Outra estatal, a Petrobras também viu sua ação preferencial cair ao longo do dia, mas o papel se recuperou durante a tarde e fechou com valorização de 0,25%, para R$ 12,26. Na véspera, a ação havia perdido 3,93% refletindo a notícia de que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating individual da petroleira de Baa3 para Ba1. A nota global de emissor da Petrobras foi mantida em Baa2, com perspectiva negativa.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
LEILÕES NO CÂMBIO
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,6 milhões.
A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 489,4 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 25% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,827 bilhões.
"Surpreendeu a ausência do BC atuando para aumentar a oferta da moeda americana e reduzir a pressão no câmbio. Havia essa 'noção' de que a autoridade entraria com leilões adicionais no câmbio toda vez que o dólar batesse R$ 2,60. Dessa vez, não aconteceu", afirmou Figueredo, da Clear.
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