Avaliação do Brasil 'segura' nota de estatal em agências de risco
Primeiro foi a Petrobras, que teve a sua avaliação individual (independente do governo) rebaixada na semana passada pela agência de classificação de risco Moody's, citando a possibilidade de algum problema pontual de caixa da empresa em meio às investigações da operação Lava Jato da Polícia Federal.
Logo depois, a Eletrobras foi rebaixada pela Standard & Poor's, alegando uma piora no seu endividamento.
Nos dois casos, as agências só mexeram na nota individual, que avalia a empresa fora do contexto do governo, e mantiveram as demais em linha com a avaliação do país.
A reação dos investidores, porém, foi de antecipação de uma possível perda de grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, que poderia atingir em cascata as demais estatais. As ações preferenciais (sem voto) da Petrobras recuaram 3,93%, e as da Eletrobras, 3,72% no dia seguinte ao rebaixamento.
A nota individual é um componente teórico (veja quadro acima), que só serve para efeito de comparação com uma empresa do mesmo setor que não tenha o suporte do governo. Depois de calculada a nota individual, é acrescentada a avaliação sobre o controlador, que, no caso das estatais, é o governo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Mesmo se a nota individual da Eletrobras tivesse caído para C [insolvência], o rating [nota] continuaria BBB-, que é o rating do Brasil", disse Julyana Yokota, analista da Standard & Poor's, responsável pela avaliação da Eletrobras e do setor de infraestrutura.
As estatais brasileiras só deverão ser rebaixadas, de fato, pelas agências de classificação de risco se a avaliação do Brasil também for diminuída. Isso porque as agências entendem que o governo deverá socorrê-las em caso de crise de pagamento.
"O rating global da Petrobras reflete a provável disposição e capacidade do governo de socorrer a empresa em caso de necessidade por meio dos bancos estatais, particularmente o BNDES, que, no passado, sustentaram a Petrobras e outras estatais, como a Eletrobras", afirmou a Moody's, em comunicado.
Apesar da relativa estabilidade das notas das estatais, o Brasil está a um degrau de perder o grau de investimento na Standard & Poor's.
Logo após a reeleição de Dilma Rousseff, Lisa Schineller, a diretora da Standard & Poor's responsável pela avaliação do país, disse que a evolução do rating brasileiro vai depender das políticas adotadas pela nova equipe econômica e da capacidade de execução. Como entraves, Schineller destacou o capital político menor da presidente do que no primeiro mandato.
A Fitch avalia o país em BBB, a dois degraus da nota de corte. Já na Moody's, o Brasil tem nota Baa2, com perspectiva negativa, o que significa que está mais perto de ser rebaixado do que na Fitch, mas também segue a dois passos de perder o grau de investimento.
Mauro Leos, diretor da Moody's responsável pelo Brasil, afirmou em setembro que dificilmente a revisão sairá em 2015, considerando que não ocorra uma piora significativa dos indicadores. Leos disse ainda que se deve dar um tempo ao governo para implementar as mudanças.
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