BRF, de alimentos, se prepara para ampliar presença internacional
A fabricante brasileira de alimentos BRF está se preparando para ampliar sua presença internacional, focando em consumidores finais de regiões no sul e sudeste da Ásia, em um movimento que pode incluir parcerias com grupos locais ou mesmo aquisições, disse o diretor financeiro da empresa, Augusto Ribeiro, nesta sexta-feira (12).
"A empresa está com uma situação de caixa fantástica. Fusões e aquisições e parcerias são chave para nós", disse o executivo a jornalistas. Ele citou como países-alvo a Índia, Malásia e Indonésia.
Na China, o grupo segue negociando formação de joint venture, mas o executivo não deu detalhes.
A companhia encerrou o terceiro trimestre com caixa de cerca de R$ 5 bilhões e um nível de endividamento sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,4 vez, nível considerado baixo pela própria BRF.
Segundo Ribeiro, diante da forte posição de caixa e do baixo endividamento, a BRF deve ampliar sua alavancagem no processo de fusões e aquisições a ser promovido para a expansão internacional do grupo.
"Não vamos ter problema para acessar mercado de dívida. Vemos bancos nos incentivando a captar", disse o executivo. "Historicamente, o nível de alavancagem da BRF sempre foi ao redor de 2 vezes [dívida líquida sobre Ebitda]", acrescentou.
ESTRATÉGIA
A BRF abriu sua primeira fábrica própria no Oriente Médio em novembro, em Abu Dhabi. A unidade tem capacidade para produção de 70 mil toneladas de produtos processados como hamburgueres, volume que deverá ser alcançado nos próximos dois a três anos.
A fábrica se encaixa na estratégia da empresa de criar fora do Brasil uma estrutura de "farm to fork", da fazenda à mesa dos consumidores.
A unidade recebe carne congelada produzida no Brasil e faz o processamento para uma série de produtos com margens maiores.
"Queremos que a empresa se transforme de uma exportadora para uma multinacional", disse o diretor de "global desk" da BRF, José Humberto Teodoro Jr.
A área foi recentemente criada na companhia e tem como objetivo ajudar na conexão entre as unidades produtoras de alimentos no Brasil com os planos de expansão internacional do grupo.
PERDIGÃO DE VOLTA
A BRF avalia que a queda nos preços de grãos deve criar um ambiente favorável à melhora de margens de lucro da indústria de alimentos no próximo ano, mas o quadro pode gerar também um crescimento acelerado na oferta de frango, afetando os preços dos produtos.
No mercado interno do Brasil, a BRF se prepara para o relançamento da marca Perdigão em julho do próximo ano nos segmentos de presunto e linguiça curada.
A empresa está impedida de vender produtos com a marca Perdigão há cerca de três anos, como exigência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para permitir a incorporação da Sadia pela Perdigão, que deu origem à BRF.
O relançamento da marca deve ajudar a companhia a enfrentar aumento da concorrência com a JBS Foods.
"É possível uma guerra de preços, mas a volta da Perdigão dará uma tranquilidade maior para a gente", disse Teodoro Jr..
Mesmo com uma marca só de presunto, a BRF tem uma participação de mercado de cerca de 60%, atualmente, disse Ribeiro.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 08/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,20% | 129.481 | (17h36) |
Dolar Com. | +0,46% | R$ 5,0907 | (17h00) |
Euro | +0,43% | R$ 5,4739 | (17h31) |