Portugal Telecom teria omitido nomes de executivos de auditoria da PwC
Para não ter os nomes de seus administradores ligados às operações de investimento da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo (GES), a Portugal Telecom SGPS pediu à consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) uma nova versão da auditoria, excluindo a identificação de quem teve ou não responsabilidade nos investimentos na holding.
O pedido se refere, principalmente, à aplicação de 897 milhões de euros que levou à mudança nos termos da fusão entre Oi e Portugal Telecom.
O pedido, que teria sido acatado pela auditoria, atrasou a entrega da versão definitiva do documento, diz reportagem do jornal português Público.
A holding do GES entrou em colapso financeiro, não pagou a dívida e desencadeou a forte queda das ações da Portugal Telecom SGPS na bolsa de Lisboa desde 2014.
O conselho de administração da Portugal Telecom –holding dona de 25,6% da Oi– manteve a convocação da assembleia geral de acionistas para a segunda-feira (12), quando vão decidir sobre a venda dos ativos da PT Portugal, subsidiária da Oi, ao grupo francês Altice.
Em meio aos receios de que a assembleia não acontecesse se os acionistas não tivessem acesso em tempo hábil ao relatório da PwC, as ações da PT despencaram 19,5% apenas na quarta-feira (7), na bolsa de Lisboa.
Apenas em 2015, a queda aproxima-se de 20%. Em 2014, a desvalorização superou 70%. Em documento enviado ao regulador de mercado CMVM (órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários em Portugal) na quarta (7), a Portugal Telecom informou que a PwC concluiu e entregou naquele dia a versão final do relatório elaborado no âmbito da análise independente dos procedimentos relacionados às relações com o GES.
Na terça-feira (6), o canal televisivo TVI informou que a auditoria da PwC, que pode ser divulgada ainda nesta quinta-feira (8), deve apontar que a Portugal Telecom teve que se endividar para fazer o investimento na Rioforte, para ajudar o GES a garantir liquidez meses antes da queda do grupo.
ACIONISTAS
O presidente da mesa da assembleia de acionistas da Portugal Telecom defendeu o fim da fusão com a Oi, sob o argumento de que os contratos da combinação não foram cumpridos após a operadora brasileira ter fechado acordo para vender os ativos portugueses recém incorporados ao grupo europeu Altice.
Em carta enviada ao presidente da Portugal Telecom, datada de 6 de janeiro (terça), à qual a agência Reuters teve acesso, António Menezes Cordeiro disse que "o descumprimento permite à Portugal Telecom SGPS, tanto pela lei portuguesa como pela brasileira, dissolver o contrato".
Cordeiro disse ainda que a assembleia para analisar a venda dos ativos, marcada para 12 de janeiro, deveria ser cancelada.
CALOTE
O ano de 2014 da Portugal Telecom foi marcado pelo polêmico investimento de 900 milhões de euros em notas comerciais da Rioforte, holding da família Espírito Santo, que pediu insolvência e descumpriu pagamentos.
O investimento de tesouraria obrigou à revisão do acordo de fusão entre Portugal Telecom e a operadora brasileira Oi, que culminou na redução da participação da portuguesa na CorpCo para 25,5% dos anteriores 38%.
Na sequência do calote da Rioforte, o presidente do Conselho de Administração e presidente-executivo da PT SGPS, Henrique Granadeiro, demitiu-se dos cargos.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 31/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,49% | 122.098 | (17h37) |
Dolar Com. | +0,78% | R$ 5,2497 | (17h00) |
Euro | +1,19% | R$ 5,6856 | (17h30) |