Auditoria aponta operação irregular na Portugal Telecom
Auditoria da PwC (PriceWaterhouseCoopers) nas contas da Portugal Telecom (PT) confirmou que o suposto investimento de € 897 milhões na compra de papéis da Rio Forte –uma empresa do Grupo Espírito Santo, um dos sócios da operadora– foi um "empréstimo" não só irregular como prejudicial à tele que hoje é sócia da Oi.
O relatório final da auditoria revelou que o "investimento", autorizado por integrantes da cúpula da Portugal Telecom, ocorreu de forma a que escapasse do controle do conselho de administração da operadora portuguesa.
Naquele momento, a PT estava se fundindo com a Oi e, por isso, o "investimento" na Rio Forte veio à tona. Isso porque, para consumar a fusão, os saldos das supostas aplicações passaram da controladora (PT SGPS) para a controlada, a operadora PT.
O que a auditoria também revelou é que, para comprar os papéis da Rio Forte, a PT precisou se endividar captando recursos no mercado. Em uma dessas operações, a captação foi de € 1 bilhão.
Para chegar a essa conclusão, a PwC entrevistou executivos das empresas envolvidas, analisou documentos e até e-mails. Um dos executivos do Grupo Espírito Santo, Amílcar Morais Pires, afirmou que o "investimento" tinha sido acertado entre Ricardo Salgado, controlador do grupo, Henrique Granadeiro, então presidente da PT SGPS, e Zeinal Bava, então presidente da operadora PT.
Bava já era presidente da Oi. Desde que o "investimento" se tornou público, o executivo português sempre negou ter participado da decisão ou ter conhecimento sobre a compra dos papéis da Rio Forte.
A situação levou Granadeiro e o vice-presidente financeiro a pedir demissão e, mais tarde, também custou o cargo a Bava.
RESULTADOS
A Rio Forte não pagou a dívida com a PT, entrou em recuperação judicial e acabou em processo falimentar. Pouco depois, o próprio braço financeiro do Grupo Espírito Santo seguiu o mesmo rumo.
Para evitar a paralisia da fusão, a participação dos portugueses na Oi caiu de 38% para 25%. Caso essa dívida seja paga, os portugueses recompram ações que, até lá, ficarão na tesouraria (fora de circulação). Essa saída ainda aguarda aval da CVM para que a fusão entre Portugal Telecom e Oi seja concluída.
NEGÓCIO EM RISCO
O presidente da assembleia de acionistas da Portugal Telecom SGPS, António Menezes Cordeiro, defendeu o fim da fusão com a Oi. O argumento é que a venda da operadora em Portugal para o grupo europeu Altice, por € 7,4 bilhões, fere o contrato de união entre portugueses e brasileiros. Outros sócios da PT também defendem que a fusão não seja feita. No dia 12, assembleia analisa a operação com a Altice
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 14/06/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,07% | 119.662 | (17h38) |
Dolar Com. | +0,27% | R$ 5,3816 | (17h00) |
Euro | -1,14% | R$ 5,7389 | (17h31) |