Distribuidoras compram energia em leilão a preço próximo do teto
As distribuidoras de eletricidade contrataram 2.105 megawatts (MW) médios de energia no leilão de ajuste realizado nesta quinta-feira (15), pouco mais da metade do que precisam para o primeiro semestre, mas a preços que não aliviam financeiramente as concessionárias e consumidores.
O preço médio no leilão de R$ 387 por megawatt-hora (MWh) ficou muito próximo do teto do preço de energia praticado no curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), de R$ 388 por MWh.
"Do ponto de vista de quantidade, de montante de dinheiro a ser gasto com a energia, é a mesma coisa. Só que o leilão deu mais previsibilidade", disse o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite.
A tarifa de energia atual cobrada dos consumidores cobre, em média, apenas o custo de R$ 140 por MWh para contratação de energia. Assim, a diferença entre o preço médio contratado no leilão e esse valor de cobertura tarifária gera um gasto adicional de R$ 4,1 bilhões para as distribuidoras, segundo Leite.
Ele espera que esses gastos entrem no reajuste extraordinário de tarifas esperado para ocorrer em fevereiro, assim como uma estimativa de custos que as concessionárias terão pela descontratação, que ainda ficou pendente.
A descontratação das distribuidoras neste primeiro semestre chegava a 4.000 MW médios antes do leilão desta quinta-feira, e foi agravada pela falta de energia da hidrelétrica São Simão, em Goiás, que não está disponível, conforme era esperado.
A usina fez parte do pacote de renovação das concessões e o repasse de sua energia às distribuidoras por meio de cotas era esperado para iniciar em janeiro deste ano, sendo que a partir de fevereiro, as distribuidoras contariam com cerca de 1.217 MW médios dessa usina.
Mas essa energia não está disponível, já que a Cemig conseguiu liminar da Justiça para manter a hidrelétrica sob sua operação até a conclusão do julgamento do mandado de segurança, no qual a companhia está discutindo seu direito de prorrogação do prazo de concessão da usina de Jaguara.
NEGOCIAÇÕES
O governo federal mudou as regras do leilão de ajuste no final do ano passado para permitir a prática de preços mais elevados.
A intenção era atrair o interesse das geradoras a oferecerem energia no leilão, em um momento em que o PLD tende a ficar alto e as geradoras buscam manter uma reserva maior de energia descontratada para se protegerem do risco hidrológico.
Entre as empresas que venderam energia no leilão estão Cemig Geração, do grupo Cemig, a empresa de alumínio Alcoa, Petrobras, Light e comercializadoras de energia.
O alto preço praticado denota que as geradoras acreditam que o PLD tende a se manter alto ao longo de todo este primeiro semestre, em um cenário em que também buscam evitar a exposição aos custos da energia de curto prazo devido ao déficit de geração hidrelétrica.
O leilão movimentou R$ 3,3 bilhões em contratos de energia com 40 distribuidoras, segundo dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), responsável pela operação do certame.
Algumas das principais distribuidoras compradoras são empresas do grupo Cemig, Light, Copel e CPFL Energia.
O leilão não teve negociação apenas para venda de energia no produto de três meses para a região Nordeste.
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