Bolsa recua da máxima em dois meses com Grécia no foco; dólar tem alta
Após atingir o maior patamar em dois meses em um pregão reduzido, a Bolsa brasileira recua com os investidores aproveitando para embolsar ganhos e também preocupados com a indefinição em torno da Grécia, que apresentou nesta quinta-feira (19) seu pedido de extensão de resgate por seis meses.
Às 11h15, o Ibovespa, termômetro do mercado acionário brasileiro, caía 0,69%, a 50.925 pontos. Das 68 ações negociadas, 43 caíam, 24 subiam e uma operava estável no horário.
A Bolsa cai com os investidores embolsando ganhos após o Ibovespa ter atingido, na sessão de quarta-feira, o maior nível em dois meses. O índice vinha de três altas seguidas.
"O viés é negativo para a Bolsa. Houve uma reavaliação da perspectiva para o crescimento do país em 2015, que agora é negativo", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners.
Contribui para o pessimismo local a possibilidade de novo rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's, diz. "A agência deve divulgar até o final do mês o novo rating da Petrobras, e uma avaliação para baixo da petrolífera pode levar pessimismo ao mercado", afirma.
Às 11h16, as ações da Petrobras operavam em baixa, após quatro pregões seguidos de alta. Os papéis preferenciais da empresa tinham queda de 3,65%, a R$ 9,75. No mesmo horário, as ações ordinárias caíam 3,31%, a R$ 9,62.
As ações da Vale também têm queda, depois de subirem por quatro sessões seguidas. Às 11h16, os papéis preferenciais da mineradora caíam 0,97%, a R$ 19,36. As ações ordinárias tinham queda de 0,88%, a R$ 22,51. A empresa encerrou 2014 com produção anual recorde de 319,2 milhões de toneladas de minério de ferro, contribuindo para o excedente de oferta global que derrubou os preços da matéria-prima do aço nos últimos meses.
O volume de minério de ferro produzido pela Vale, que exclui a produção atribuível à Samarco, foi 6,5% superior ao registrado em 2013, informou a mineradora nesta quinta-feira.
No exterior, o cenário de instabilidade causado pela incerteza gerada pelo pedido de extensão do programa de resgate da Grécia também pesa.
O país formalizou nesta quinta-feira o pedido de extensão de seis meses de seu programa de resgate a países da zona do euro. Além disso, prometeu honrar as suas dívidas e a não tomar medidas unilaterais que afetem metas fiscais.
A medida é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa de resgate da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
"A Grécia não mostrou ainda os indicadores que corroboram a promessa de que vai honrar seus compromissos fiscais, e a Alemanha está reticente em aceitar um acordo que não inclua essa possibilidade", destaca Eduardo Velho.
CÂMBIO
No mercado cambial, o dólar opera em alta em relação ao real pelo terceiro dia seguido. Às 11h17, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,33%, a R$ 2,850. No mesmo horário, o dólar comercial tinha alta de 0,28%, também a R$ 2,850.
O dólar opera em alta mesmo após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que mostrou que a autoridade monetária dos EUA está preocupada com a possibilidade de elevar os juros cedo demais e afetar a recuperação econômica do país.
"Avaliamos que a probabilidade do cenário referencial de a taxa básica de juros do Fed ser elevada em junho deste ano foi reduzida", avalia Eduardo Velho, da INVX Global Partners, em relatório.
"De fato, a autoridade monetária sinalizou que a inflação ainda estaria "reduzida", abaixo do teto tolerável de 2% ao ano. Do lado da atividade econômica, os "reajustes salariais ainda são moderados", além do risco da deterioração do ritmo de crescimento de outras economias, como a zona do euro, sobre as exportações norte-americanas", afirma.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 66% do lote total.
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