Grécia consegue adiar por quatro meses fim do resgate financeiro
Depois de uma longa e exaustiva negociação, os membros da zona do euro aprovaram nesta sexta-feira (20) a prorrogação do resgate financeiro à Grécia por quatro meses.
O atual programa de empréstimo ao país, de € 172 bilhões (de um total de € 245 bilhões desde 2010), termina no dia 28.
A não prorrogação do resgate deixaria os gregos pela primeira vez sem ajuda externa desde a crise de 2010 e aumentaria o risco de obrigá-los a deixar a zona do euro.
O governo grego, desde janeiro sob o partido de esquerda Syriza, havia pedido seis meses de extensão, mas a Alemanha resistia a aceitar sob o argumento de que a proposta não se comprometia com o rigor fiscal negociado com governos anteriores.
A decisão tomada pelos ministros de Finanças reunidos em Bruxelas foi dar quatro meses de fôlego em troca de o governo apresentar até a próxima segunda-feira (23) uma lista de reformas para que os termos do socorro sejam revistos no fim desse prazo.
As reformas, segundo o bloco, devem envolver combate a corrupção e evasão fiscal e medidas que melhorem a "eficiência do setor público".
Na prática, o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras foi colocado contra a parede pelos colegas de bloco: conseguiu "respirar", como queria, mas terá de convencer que suas medidas antiausteridade fiscal não comprometem o acordo e as dívidas do país.
Ou seja, terá de encontrar uma fórmula que busque o cumprimento das promessas de campanha e, ao mesmo tempo, a confiança dos colegas para continuar na zona do euro.
Para obter um acordo em Bruxelas, o governo grego prometeu não tomar nenhuma medida "unilateral" que afetem as metas fiscais.
Além disso, recuou do discurso eleitoral ao aceitar a fiscalização da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, responsáveis pelo programa de socorro aos países em dificuldade econômica.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou ainda que a Grécia prometeu "honrar" os seus compromissos com os credores.
O pedido de prorrogação por seis meses havia sido feito pelo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, na reunião de quinta-feira (19), mas a Alemanha, principal potência da zona do euro, o considerou frágil e vetou o prazo.
O primeiro-ministro Alexis Tsipras então telefonou à chanceler Angela Merkel para tentar convencê-la.
Merkel tem mostrado resistência ao discurso do Syriza de que a dívida do país, em 185% do PIB, é impagável e que as medidas de austeridade foram um desastre para a Grécia, que hoje tem a maior taxa de desemprego na Europa, em torno de 25%.
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