Dólar retoma trajetória de alta e bate R$ 3,28 com tensão política
Depois de cair na segunda-feira (16), o dólar retomou a trajetória de alta nesta terça (17) e chegou a bater R$ 3,28 no início dos negócios.
O preço da moeda americana continua pressionado pelas preocupações econômicas e políticas no Brasil. Os investidores aguardam também a reunião do banco central dos EUA que ocorre nesta quarta (18) para decidir sobre a taxa básica de juros daquele país -hoje praticamente zero- e dar sinais sobre os próximos da política monetária americana.
Às 14h45, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,58%, a R$ 3,277. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 1,07%, a R$ 3,281.
Na visão de analistas ouvidos pela Folha, a moeda volta à sua tendência natural, refletindo a dificuldade do governo de conseguir fazer os ajustes fiscais necessários para evitar o rebaixamento da nota de crédito do país pelas agências de classificação de risco.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha alta de 2,57%, a 50.053 pontos. Das 68 ações negociadas, 59 subiam, oito caíam e uma operava estável no horário.
CONGRESSO
Após as manifestações do último domingo (15), analistas acreditam que a presidente Dilma Rousseff (PT) vai enfrentar ainda mais dificuldade de implementar as medidas de ajustes fiscais elaboradas por sua equipe econômica.
Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, "as manifestações podem se traduzir em mais resistência no Congresso", diz.
O governo acena com uma reforma ministerial com o objetivo de atrair para seu lado o PMDB e garantir o apoio do partido às medidas de ajuste.
Na manhã desta terça (17), o Banco Central deu sequência às vendas de contratos de swap cambial (que equivalem a uma venda futura de dólares) que tem sido feitas normalmente, segundo programa de intervenções no mercado já em vigor.
EXTERIOR
O real caminha na contramão das principais moedas emergentes, que se apreciam perante o dólar nesta sessão. Das 24 principais divisas emergentes, 14 se valorizam em relação à moeda americana nesta sessão.
No encontro do BC americano desta quarta (18), a expectativa é que a presidente do Fed, Janet Yellen, mude o tom do discurso e sinalize quando pretende iniciar a elevação da taxa de juros do país.
Um aumento dos juros deixa os títulos americanos –considerados de baixo risco e cuja taxa de remuneração acompanha a oscilação do juro básico– mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco –como emergentes, incluindo o Brasil.
Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil e em outros emergentes, o preço da moeda americana sobe.
BOLSA
A Bolsa brasileira opera na contramão dos mercados europeus e dos Estados Unidos, que caem.
As ações de exportadoras, da Vale e da Petrobras são o destaque do dia. Às 14h50, os papéis da Fibria e da Suzano subiam, respectivamente, 3,28% e 1,88%, embaladas pelo aumento do dólar.
Os papéis da Vale sobem. Às 14h50, as ações preferenciais subiam 13,95%, a R$ 17,08. As ações ordinárias tinham alta de 4,86%, a R$ 19,82, no mesmo horário.
A Petrobras também opera em alta nesta sessão. Às 14h50, os papéis preferencias da petrolífera, os mais negociados e sem direito a voto, subiam 4,49%, a R$ 8,84. Os ordinários, com direito a voto, avançavam 5,09%, a R$ 8,68, no horário.
A empresa está tentando vender parte do seu patrimônio, com a definição do que será oferecido ao mercado e a contratação dos primeiros bancos encarregados de procurar compradores no Brasil e no exterior.
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Atualizado em 25/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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