Estudo aponta que 69% dos jovens consomem notícias todos os dias
Pesquisa lançada nos EUA aponta que 85% dos jovens nascidos entre 1980 e 2000 consideram importante acompanhar o noticiário.
O levantamento indica ainda que tópicos como política, tecnologia e notícias locais levam vantagem sobre temas como moda e celebridades.
O estudo, intitulado "Como a geração do milênio consome notícias", foi feito pelo American Press Institute e pelo Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research em 2014 e 2015 e inclui duas frentes: uma pesquisa quantitativa com mais de mil jovens de 18 a 34 anos nos EUA e uma pesquisa qualitativa em três Estados do país.
Segundo o estudo, a chamada geração do milênio é menos passiva e mais social diante do noticiário, preferindo notícias contextualizadas e disseminadas por amigos.
As motivações para se informar variam entre sentimento de obrigação como cidadão (74%), necessidade de resolver questões práticas (63%) e vontade de ter assunto com os amigos (67%).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O estudo contesta ainda a ideia de que as redes sociais criariam uma bolha na qual as pessoas trocam ideias apenas com quem pensa de modo semelhante: 70% dos entrevistados afirmam acompanhar gente com visões de mundo diferentes das suas.
Facebook e Twitter não são as únicas redes sociais utilizadas para se informar. Na média, os entrevistados afirmaram usar três redes sociais diferentes para tanto, e incluíram na lista YouTube, Instagram e Reddit.
Entre os mais jovens ouvidos pela pesquisa, o Facebook é apontado antes como uma ferramenta que eles precisam utilizar do que como um instrumento de lazer.
O engajamento com as notícias parece ser maior do que em gerações anteriores: a possibilidade de comentar, curtir e compartilhar reportagens leva os jovens a interagirem de modo mais pessoal com o noticiário.
Os participantes do estudo disseram ainda que fazem escolhas sobre seguir ou não uma pessoa segundo a confiabilidade e relevância das informações que ela posta.
Para a maioria deles, as redes sociais são o lugar onde podem "pescar" novidades ao acaso. Quando se interessam por algo e querem se aprofundar, recorrem a ferramentas de busca, não às fontes primárias de notícias, como os sites dos jornais.
Embora 93% dos "millennials" americanos acompanhem ao menos um veículo de notícias, menos da metade paga por esse tipo de serviço. O percentual de jovens dispostos a pagar por um aplicativo ou serviço de notícias (40%) é menor do que o percentual disposto a pagar por filmes (55%), jogos (48%) ou música (48%), por exemplo.
"O contato das pessoas com as notícias sempre foi um pouco errático e aleatório. Mesmo em gerações anteriores, você sabia do que estava passando na TV ou no rádio no momento em que ligou o aparelho, poucos liam o jornal de cabo a rabo", explica Jeff Sonderman, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
BRASIL
Redes sociais são os sites mais acessados no Brasil, de acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia 2014, realizada pela Secretaria de Comunicação Social, e 32% dos entrevistados as utilizam como fontes prioritárias de notícias.
Para Wilson Gomes, professor de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e membro do grupo de pesquisa "Comunicação, internet e democracia", os dados da pesquisa se aproximam da realidade brasileira, mas o intervalo de idade dos entrevistados atrapalha as conclusões.
"O sujeito de 34 anos se formou na internet web, baseada em computadores, é um sujeito que ainda vem da geração da televisão. A pessoa de 18 anos se formou na internet móvel e social, mal se interessa por computadores, é complicado tentar igualar essas duas experiências", explica.
Segundo ele, jovem brasileiro consome um grande volume de notícias, sobretudo oriundo do jornalismo profissional, mas esse conteúdo é "alterado, comentado, distorcido e complementado" por sites e redes sociais.
Para Bia Granja, fundadora do site youPIX, veículos e pessoas que fazem uma curadoria do conteúdo on-line e aliam notícia a contexto e opinião têm mais chances de se tornarem relevantes. "É preciso contextualizar a notícia, destacar o que é mais importante, explicar como aquilo impacta na vida das pessoas e já dar um 'start' na discussão, que tende a continuar na timeline de cada leitor", explica.
"Uma notícia dura três minutos na timeline, esse é o tempo que ela tem para ser compartilhada, viralizar e morrer completamente", diz.
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