Investimentos retraem 4,4% e têm pior resultado desde 1999
Limitados pelo fraco desempenho da construção civil e pela produção doméstica de máquinas e equipamentos utilizados na produção de bens e serviços, os investimentos tiveram, em 2014, o pior resultado desde 1999.
Naquele ano e em meio à forte desvalorização cambial com a adoção do câmbio flutuante, a retração foi de 8,9%. No ano passado, a retração ficou em 4,4% e superou até mesmo anos de forte crise, como 2009 (1,9%) e 2003 (3,9%).
Em períodos de grande turbulência e incerteza, investidores postergam suas decisões de comprar máquinas, construir um prédio ou até mesmo as famílias em reformares suas casas. No ano passado, um fator adicional foi a crise da Petrobras, que fez a companhia e sua ampla cadeia de fornecedores cortarem investimentos, além de juros maiores e crédito mais caro.
A contração dos investimentos só não foi maior porque pela nova metodologia do IBGE vários itens antes tidos como despesas passaram a serem considerados como investimentos, como toda a produção de inovação (inclusive de universidades públicas), software e prospecção de petróleo e minerais.
"Isso foi responsável pelos investimentos não terem caído mais, principalmente pelo grupo de desenvolvimento de sistemas de software", disse Rebecca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
A construção civil teve a maior queda desde 2003, com perda de 2,6% no ano passado. "O maior impacto negativo veio das obras de infraestrutura", afirmou Palis.
Trata-se de um indício de o impacto das restrições fiscais do governo e do efeito da Operação Lava-Jato (que paralisou obras da Petrobras e levou empreiteiras a pedirem recuperação judicial). "O fim das obras da Copa também teve peso", disse Palis.
Com o tombo de 2014, a chamada taxa de investimento caiu de 20,5% do PIB em 2013 para 19,7% em 2013. O indicador mostra o quanto foi investido, em valores, em relação ao total de bens e serviços produzidos na economia.
INDÚSTRIA
Um dos ramos que mais afetou a indústria foi a retração do máquinas e equipamentos, que são bens de investimento.
Também pesou na perda de 3,8% (a maior desde 2009) da indústria de transformação –que produz a partir de matérias primas e componentes bens de consumo ou insumos para outros elos da cadeia produtiva.
A expansão de 8,7% da indústria extrativa evitou um tombo maior do PIB industrial –de 1,2%. O setor extrativo avançou graças a maior extração de petróleo e gás e minério de ferro. No conceito amplo de indústria do PIB, ainda estão a construção civil e energia, gás e água (com queda de 2,6% em 2014 em razão do uso mais intensivo das termelétricas, de custo mais elevado).
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