GE desiste de banco e volta a focar indústria
A General Electric lançou um plano radical para abrir mão da maior parte de suas operações de serviços financeiros e voltar às suas raízes industriais, numa das maiores reacomodações nos 123 anos de história do mais famoso conglomerado dos EUA.
Jeff Immelt, que sucedeu Jack Welch no posto de presidente-executivo há mais de 13 anos, anunciou que a GE venderá ou cindirá a maior parte da GE Capital, divisão que causou problemas ao grupo na crise financeira, mas que ainda assim respondeu por metade da receita em 2013.
A tentativa de Immelt de propiciar retornos superiores para os acionistas fez as ações subirem 10,8% nesta sexta (10), mas se segue a anos de críticas pelo mau desempenho desses papéis em Bolsa.
Sob o comando de Immelt, o preço das ações da GE caiu quase 30% num período em que o índice S&P 500 subiu 93% e os papéis de concorrentes importantes, como Honeywell, United Technologies e Siemens, mais que dobraram.
A decisão também marca um abandono do modelo que Immelt herdou ao assumir o cargo de Welch, em 2001. Este, que expressou críticas ao seu sucessor em diversos momentos, disse à CNBC que "gostou da decisão".
Immelt disse que a decisão de abrir mão da GE Capital foi "emotiva". "Amamos a GE Capital, crescemos com ela."
No entanto, acrescentou, desde a crise financeira de 2007-2009, ele havia deixado claro que estava aberto a cortá-la quando chegasse a hora.
A GE pretende agora abrir mão de negócios que respondem por cerca de três quartos dos ativos da GE Capital, em áreas como empréstimos comerciais a companhias médias. O processo foi acelerado nesta sexta, com a venda de US$ 26,5 bilhões em ativos imobiliários ao grupo de capital privado Blackstone e ao banco Wells Fargo.
As únicas operações financeiras que serão retidas serão as de arrendamento mercantil diretamente vinculadas às atividades industriais da GE.
Wall Street aplaudiu o plano. Nigel Coe, do Morgan Stanley, disse que a decisão seria positiva para as ações da GE, pois os investidores atribuem mais valor à receita das operações industriais do que à dos serviços financeiros.
Em 2018, a GE planeja que suas operações industriais –que variam da produção de turbinas a jato a máquinas de raio-X– respondam por 90% de seus lucros.
A transferência dos ativos financeiros deve liberar capital suficiente para que a companhia restitua até US$ 50 bilhões aos seus acionistas, por meio de recompras de ações e aumentos de dividendos.
FORA DO BRASIL
O braço financeiro da GE não opera mais no Brasil desde 2010. A GE Money foi vendida para o BMG, que hoje está associado ao Itaú.
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