Emprego na indústria cai em um ano em todos os setores pesquisados
O emprego na indústria teve queda de 4,5% na comparação entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês do ano anterior. Baixas ocorreram em todos os setores pesquisados pelo IBGE, com destaque para o de eletrônicos (veja detalhes abaixo).
O IBGE também aponta queda no número de horas pagas, o que pode diminuir as perspectivas de contratação no caso de uma retomada da atividade da indústria.
A queda de fevereiro é a 41º seguida, quando se considera a comparação entre um mês com o mesmo do ano anterior. Trata-se também do recuo mais intenso desde novembro de 2014, que foi de 4,7%.
Quando considerado o mês de fevereiro comparado com janeiro, a queda no contingente de empregados foi de 0,5% feitos os ajustes sazonais, informou o IBGE, a maior queda desde 2014.
É a segunda queda consecutiva e a maior desde setembro de 2014. Em janeiro, o emprego industrial tinha recuado 0,2%.
SETOR DE ELETRÔNICOS LIDERA QUEDA
O setor com a maior queda na comparação com fevereiro de 2014 foi o de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, de 12,2%, seguido pelo de produtos de metal, que caiu 9,4%.
O setor de meios de transporte teve queda de 8,7%; o da indústria de transformação, 8,5%; o de calçados e couro, 7,1%; metalurgia básica, 6; o de vestuário, de 3,9%.
Os setores com as menores quedas no número de ocupados foram de papel e gráfica, com queda de 3% e alimentos e bebidas, de 1,3%.
NÚMERO DE HORAS PAGAS
O levantamento trouxe ainda que, em fevereiro, o número de horas destinadas à produção já descontadas as influências sazonais caiu 5,2% na comparação com fevereiro do ano passado. Trata-se 21ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação.
O indicador, chamado número de horas pagas, leva em consideração, além das horas regulares, horas extras e contabiliza trabalhadores afastados a um período não superior a 30 dias.
Em relação a janeiro deste ano, a queda no número de horas pagas foi de 0,1%. No primeiro bimestre houve queda de 5,2% e, em 12 meses, recuo de 4,4%.
Isso indica que, mesmo com uma retomada da produção, haveria meios de ampliar a produção apenas aumentando o número de horas pagas, sem contratar novos funcionários.
Já o valor da folha de pagamento real (indicador do salário no setor) recuou 0,9% em fevereiro ante janeiro, e cedeu 6,1% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre, a queda equivaleu a 5,2% e, em 12 meses, a 2,5%.
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