Montadora do Vale do Silício investe em superbateria para residências
A Tesla Motors, uma fabricante de carros elétricos do Vale do Silício, decidiu apostar no desenvolvimento de tecnologia para permitir o armazenamento doméstico de eletricidade.
Se o produto se tornar viável, pode representar uma revolução no suprimento de energia no mundo.
A Tesla, liderada por Elon Musk, anunciou que as novas baterias permitirão aos consumidores armazenarem energia gerada por eles mesmos e usá-la sempre que necessário.
O alto custo das baterias é o principal obstáculo a seu uso, mas os preços vêm caindo a ponto de que alguns analistas já acreditam que sua adoção seja possível.
Jonathan Mir, do setor de energia do banco de investimento Lazard, dos EUA, disse que, se o custo da bateria tiver o mesmo ritmo de queda que teve o de geração de energia solar na última década, "isso mudará o mundo". "Armazenamento é o 'santo graal' da energia renovável", afirmou.
Patrick T. Fallon - 30.abr.2015/Reuters | ||
Elon Musk, presidente da Tesla, apresenta a bateria doméstica que será fabricada pela montadora |
O mercado para baterias vêm crescendo nos EUA e deve passar dos 62 MW instalados no ano passado para 220 MW instalados neste ano.
Chamada de "Powerwall" (parede de energia, em inglês), a bateria da Tesla, que usa a tecnologia de íons de lítio, vem em dois tamanhos: com capacidade para 10 kWh, suficiente para manter a casa funcionando se houver corte da energia distribuída, ao custo de US$ 3.500 (cerca de R$ 10.500), e uma de 7 kWh, suficiente para sanar flutuações no fornecimento de energia ao longo do dia, ao custo de US$ 3.000 (cerca de R$ 9.000).
No lançamento do novo produto, na quinta-feira (30) em Los Angeles, Musk disse que ele é o "elo perdido" da energia renovável e pode mudar a forma como o mundo usa eletricidade. Segundo ele, o Powerwall parece uma escultura na parede.
A oferta cada vez maior de baterias por empresas como AES, Alevo e LG Chem tem impulsionado o uso de energia gerada e distribuída em menor escala, reduzindo a necessidade de grandes geradoras.
Analistas dizem que a vantagem da Tesla é o preço. Peter Rive, chefe de tecnologia da SolarCity, provedora de geradores solares que tem Musk como presidente do conselho, disse que a companhia venderá o Powerwall de 10 kWh por US$ 5.000 nos Estados Unidos, o que representa um valor menor que o de geradores a diesel usados para emergências (que chegam a custar US$ 8.000).
As baterias serão produzidas na nova "superfábrica" da Tesla em Nevada, que está sendo construída em associação com a Panasonic, com investimento de US$ 5 bilhões.
A fábrica fornecerá baterias para os carros elétricos da Tesla e terá capacidade suficiente para suprir também o mercado doméstico.
A Tesla não é a primeira montadora a investir na sinergia entre a produção de baterias para carros e para casas. A Nissan, que lidera o mercado mundial de carros elétricos com seu modelo Leaf, vende no Japão um sistema que permite ao automóvel abastecer a casa com energia por até dois dias.
Um protótipo lançado neste ano em colaboração com a Endesa permitirá aos carros da Nissan colocar energia também na rede de distribuição.
A BMW também desenvolve projetos, assim como a sueca Vattenfall e a Pacific Gas & Electric Company.
Para os críticos, o impacto da Tesla no mercado automotivo tem sido apenas simbólico e a companhia, fundada há 11 anos, ainda precisa provar que tem potencial no longo prazo.
Analistas especularam que o lançamento da nova bateria provocaria uma alta nas ações da companhia, mas, no final da última semana, elas não tiveram mudança significativa.
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