Chineses tentam acordo para reduzir valor de compra do BicBanco
Mais de um ano e meio após fechar a compra do BicBanco, os chineses do CCB (Banco de Construção da China) tentam um acordo com os antigos controladores e com os acionistas minoritários para reduzir o valor final da transação em R$ 288 milhões.
O negócio foi realizado em outubro de 2013 por R$ 1,6 bilhão com a compra de 72% do capital da instituição. Foi a primeira aquisição de um banco estatal chinês no varejo brasileiro.
A diferença entre os valores foi apurada após os trabalhos de uma auditoria contratada pelo próprio CCB com o objetivo de estimar possíveis perdas na Justiça com ações cíveis e trabalhistas, além da constituição de provisões e de baixas contábeis devido a calotes.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, é recebido por Dilma no Palácio do Planalto |
Na semana passada, durante a visita oficial do premiê chinês, Li Keqiang, os chineses tentaram um acordo com a família Bezerra de Menezes, antiga dona do BicBanco, mas as tratativas não avançaram.
A família contesta os valores das perdas estimadas pela auditoria contratada pelos chineses, argumentando que os gestores chegaram a um valor patrimonial do banco de R$ 1,79 bilhão.
Por esse valor, as ações deveriam valer R$ 8,32 cada uma, ante os R$ 8,90 acertados à época do fechamento do negócio e os R$ 7,52 que os chineses agora concordam em pagar.
No negócio, a família recebeu 75% à vista do valor acertado inicialmente e os 25% restantes foram depositados em uma conta até que valor final fosse definido.
MINORITÁRIOS
Além do acordo com os controladores, o CCB tem de fazer uma oferta de compra de ações aos acionistas minoritários nas mesmas condições acertadas com os controladores. Os minoritários têm pouco mais de 25% do capital da instituição.
Aos minoritários os chineses fizeram duas propostas: receber R$ 7,30 por ação e esquecer a contestação de valores, ou receber R$ 6,67 já e o restante apenas quando for definido o valor do banco.
Desde que assumiram o comando, no segundo semestre de 2014, os chineses fizeram provisões de R$ 2,3 bilhões para calotes. Essas provisões derrubaram o resultado do banco, que teve prejuízo de R$ 735 milhões no ano passado. As operações de crédito recuaram 7,7% no período –de R$ 10.591 bilhões para R$ 9,775 bilhões.
Ainda em 2014, o Ministério Público encaminhou uma denúncia contra nove executivos do BicBanco, acusados de maquiagem de balanço, gestão temerária e indução ao erro de investidores. Os executivos teriam deixado de constituir provisão para calotes no valor de R$ 611 milhões em abril de 2011.
O caso foi investigado pelo Banco Central, que pediu providências e decidiu multar os dirigentes do banco.
O BC apontou documentação incompleta, análise insuficiente da capacidade financeira dos clientes e liquidação irregular de operações vencidas, entre outras irregularidades dos gestores.
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