Twitter busca fórmula para se reinventar
Apesar dos esforços de Dick Costolo para provar o contrário, nada indica que a sua saída do comando do Twitter foi planejada.
Após meses de especulação sobre seu futuro, ele afirmou que a renúncia anunciada na quinta-feira (11) faz parte de um plano de longo prazo, mas não deu nenhuma indicação sobre por que está deixando a companhia -nem usou a batida explicação de que pretende passar mais tempo com a família.
No anúncio da renúncia, ele disse que queria deixar a empresa quando ela estivesse "robusta" e "estável".
Porém, nenhum indicador mostra que a empresa está em uma situação sólida. As ações valem menos que um ano e meio atrás, quando começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores, o crescimento do número de usuários está fraco e mesmo a receita, que vinha bem, decepcionou no primeiro trimestre.
O comando da empresa também sofreu mudanças no último ano, com a troca dos diretores de operação e financeiro. E agora chegou a vez de Costolo.
Ele será substituído interinamente por Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter e que também criou e comanda o Square, empresa especializada em pagamento.
Dorsey, que já disse não descartar assumir o cargo permanentemente, é um grande admirador de Steve Jobs, cofundador da Apple que deixou a empresa por uma década e, quando voltou, conduziu-a rumo a ser a maior do mundo. A história do fundador que volta para salvar a companhia é algo que cai bem para Dorsey.
Para um antigo funcionário do Twitter que prefere não ser identificado, o papel de presidente interino é também uma oportunidade para Dorsey melhorar sua reputação. "As pessoas ainda estão tentando entender o que é o Twitter", afirma.
Um dos problemas do microblog é que ele permanece teimosamente estável.
Apesar das diversas promessas de se reinventar, ele continua confuso e inacessível para a parte dos consumidores que não está entre seus 320 milhões de usuários ativos por mês. O próprio Dorsey disse em 2011 que as pessoas tinham muito trabalho para encontrar informação no Twitter -e o problema persiste até hoje.
A verdade é que é muito mais fácil trocar de presidente-executivo do que de estratégia. Diferentemente de Google e Facebook, que viram seus criadores permanecerem na empresa, liderando-as de nanicas a gigantes, o Twitter está na sua terceira troca de comando.
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