Britânicos trocam TV por celular, e BBC anuncia a demissão de mil
A BBC demitirá mais de mil pessoas –ou cerca de 5% de sua força de trabalho– em razão de uma alta superior à esperada no número de domicílios britânicos que não estão pagando sua taxa de TV.
Tony Hall, diretor-geral da rede de rádio e TV, prometeu "uma BBC mais enxuta e simples", afirmando que as pressões de verba atuais exigiam "escolhas muito duras".
A BBC é financiada primordialmente por uma taxa anual de £ 145,50 (equivalente a R$ 708) imposta a todos os domicílios que recebem TV aberta. No entanto, a arrecadação com essas licenças no ano que vem deve ser £ 150 milhões mais baixa do que o previsto em 2011, devido ao aumento no número de domicílios que não têm televisores.
Paul Hackett/Reuters | ||
Sede da BBC, em Londres; rede é financiada por uma taxa anual de £ 145,50 (equivalente a R$ 708) imposta a todos os domicílios que recebem TV aberta |
"À medida que mais pessoas passam a depender de aparelhos como o iPlayer, celulares e da web para acompanhar a programação, o número de domicílios equipados com televisores vem caindo mais rápido que o esperado. Isso significa que a taxa de televisão deixa de ser paga com mais frequência", afirmou a BBC.
Os cortes de pessoal, que envolvem uma redução no número de escalões hierárquicos e a fusão de algumas divisões, economizarão £ 50 milhões. Mark Oliver, consultor na Oliver & Ohlbaum, disse que a mensagem da BBC era que "estamos no controle dessas coisas, não temos gordura".
A notícia apoia a proposta da BBC de que a taxa anual de TV se aplique também às pessoas que assistem a programas por meio de serviços sob demanda. Um comitê parlamentar este ano expressou interesse em impor a taxa a todos os domicílios, quer assistam a TV, quer não, acompanhando uma mudança semelhante na Alemanha.
A BBC, que produz programas como "Poldark" e "The Honourable Woman", já planejava cortar seus custos em 40% em prazo de cinco anos, sem reduzir significativamente sua produção de rádio, TV ou on-line.
Os cortes de custos até o momento se concentraram em "despesas de administração e imobiliárias, contenção de salários e contratações, e mais decisões duras como repetir programas durante o dia e encontrar parceiros para a compra de direitos esportivos", afirmou a BBC.
Agora, a corporação acrescentou, ações mais radicais serão necessárias.
Uma medida crucial –transferir o canal jovem da rede, o BBC Three, a uma versão online apenas, em um esforço por economizar £ 30 milhões anuais– foi nesta semana aprovada preliminarmente pelo conselho da BBC.
Uma revisão da agência regulatória Ofcom, divulgada na quarta-feira, aponta que a satisfação da audiência com a BBC e os demais veículos eletrônicos de serviço público aumentou de 2008 para cá, a despeito dos cortes de custos.
A BBC costuma ser alvo de zombaria pela sua ineficiência, inclusive por parte do "W1A", um programa que ela mesma exibe. Mas um estudo independente pela auditoria PricewaterhouseCoopers demonstrou que ela "estava entre as mais eficientes organizações no setor público e no setor privado regulamentado".
"Os custos fixos são de cerca de 8% do custo total e cairão a 7% –bem abaixo da média de 11,2% do setor público e de 8% para as empresas privadas regulamentadas", afirmou a consultoria.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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