Ministro grego diz que 'não' favorece democracia e justiça social
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, fez um pronunciamento transmitido pela TV no qual classificou como histórica a vitória do "não" à austeridade e disse que vai lutar por uma solução "viável e socialmente justa" para a negociação com os credores.
Neste domingo (5), a população grega foi às urnas para votar no plebiscito sobre acordo com credores europeus. Com 80% dos votos apurados, 61% haviam optado pelo "não" e 39% pelo "sim", ou seja, não há mais chances de reverter o cenário.
"O mandato que vocês (eleitores) me deram não é para uma ruptura com a Europa. Ele me dá maior força na negociação", disse Tsipras no discurso.
O primeiro-ministro adotou um tom conciliatório e prometeu retomar as negociações nesta segunda-feira (6).
"Sabemos que não há soluções fáceis. Mas existem soluções justas, soluções viáveis, desde que haja disposição dos dois lados", afirmou o líder do Syriza, que se referiu à situação de seu país como "crise humanitária"..
Tsipras disse que se reunirá nesta segunda com os dirigentes dos demais partidos para conversar sobre os próximos passos na negociação.
O ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, também se manifestou e afirmou que a vitória do "não" favorece a democracia e a justiça social e permite que Atenas chame seus parceiros para negociar um acordo justo.
MINISTRO
"A partir de amanhã [segunda] vamos colaborar com o Banco Central Europeu (BCE) que manteve uma posição neutra na semana passada e teremos uma atitude positiva em relação à Comissão Europeia", disse o ministro de Finanças Varoufakis em uma declaração pública após a divulgação dos resultados parciais sobre o plebiscito.
"O 'não' de hoje é um não à austeridade. É um retorno aos valores da Europa. O não é um grande sim à Europa democrática", afirmou o ministro para ressaltar que o resultado de hoje é "uma grande ferramenta de colaboração com os sócios europeus".
Apesar do tom conciliador, Varoufakis reiterou suas críticas aos credores ao ressaltar que, durante cinco meses, eles rejeitaram todo o debate sobre a austeridade e a dívida.
"Em 25 de janeiro (dia das eleições gerais) o povo disse 'basta' a cinco anos de hipocrisia, de novos empréstimos para encobrir a quebra do governo. Durante cinco meses tentamos negociar para explicar isso: não queremos mais empréstimos e sim a reestruturação dos antigos", explicou.
Varoufakis foi mais longe ao afirmar que desde o primeiro momento os credores tentaram "fechar os bancos" e "nos obrigar a pedir perdão por nossa crítica aos programas fracassados".
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, pediram a convocação de uma cúpula europeia extraordinária na próxima terça-feira (7), após a vitória do "não" no plebiscito da Grécia neste domingo (5).
Os dois líderes decidiram fazer o pedido após conversarem por telefone neste domingo (5), informou um porta-voz do governo alemão.
Após as conversas, o presidente do Conselho Europeu, instância suprema da zona do euro, Donald Tusk, confirmou pelo Twitter a convocatória para reunião na terça (7).
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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