Proposta grega se aproxima das reivindicações de credores, diz jornal
O governo da Grécia enviou nesta quinta-feira (9) a sua proposta ao Eurogrupo para receber uma nova ajuda financeira.
Segundo documentos obtidos pelo jornal britânico "Financial Times", a proposta tem três documentos: uma carta do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, uma carta mais detalhada do novo ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, e um plano de medidas que seriam cumpridas antes da obtenção de um novo resgate ao país, com duração de três anos.
Segundo o jornal britânico, nenhum dos três documentos menciona um alívio à dívida grega, uma das principais reivindicações do ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis, que renunciou após o fracasso das negociações na semana passada.
O jornal ressalta que as cartas tanto de Tsipras como de Tsakalotos mencionam explicitamente a permanência na zona do euro.
"Com esta proposta, o povo e o governo gregos confirmam seu compromisso em seguir as reformas que permitirão à Grécia continuar como um membro da zona do euro e encerrar a crise política", escreve Tsipras.
O primeiro-ministro afirma também que o governo está comprometido com "ações imediatas para a implantação das reformas".
O ministro das Finanças menciona que a proposta abrange as áreas de "sustentabilidade fiscal, estabilidade financeira, crescimento econômico e desenvolvimento sustentado e, 'last, but not least', reforma da administração pública".
Na prática, segundo o "FT", as ofertas gregas se aproximam muito das reivindicações mais recentes dos credores, que foram rejeitadas no plebiscito realizado no domingo (5).
PROPOSTAS
Em sua proposta, a Grécia mantém uma meta de superavit primário de 3,5% até 2018, embora seja vaga sobre a rapidez com que chegará a esse patamar. A progressão anterior (1% neste ano, 2% no próximo e 3% em 2017) aparece no documento, mas entre parênteses.
O governo grego também cede bastante em áreas que haviam azedado as negociações na semana passada: o aumento de tributos e a reforma da Previdência.
A proposta aceita a exigência dos credores de elevar a arrecadação em 1% do PIB por ano (o equivalente a 1,8 bilhão de euros) e a de elevar os tributos de alimentos processados a 23%.
O país manteve uma das concessões obtidas na negociação, a de manter os hotéis com tributos de 13%, mas não avança em um ponto que pode ser problemático: o de manter as ilhas gregas em um sistema de tributação próprio, com alíquotas mais baixas.
Os credores exigem um único sistema para todo o país.
Em relação às pensões, também há divergências. As novas regras decididas em 2012 não serão implementadas antes de outubro deste ano, enquanto os credores exigem reforma imediata.
Mas o governo grego parece ter concordado com as principais mudanças: elevar a idade mínima para aposentadoria a 67 anos até 2022 e reduzir até eliminar uma ajuda a pensionistas mais pobres, até dezembro de 2019.
Um possível problema é que as exigências dos credores se referiam à liberação de 7,2 bilhões de euros, enquanto o novo pedido da Grécia é de um socorro de até 70 bilhões de euros.
A chanceler alemã, Angela Merkel, já afirmou que, para uma ajuda de maior porte, as condições seriam mais duras.
APOIO
Em busca de força nas negociações, Tsipras submeterá as propostas à votação do Parlamento nesta sexta (10).
O endosso parlamentar dos compromissos que a Grécia oferece aos seus credores poderia aproximar o país de seu terceiro resgate.
No domingo (12), Tsipras e líderes da União Europeia se reúnem para discutir um acordo que possa evitar um colapso do setor bancário na Grécia e a saída do país da zona do euro.
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